Respeitem nossa torcida

Respeitem nossa torcida (por André Lobão)

Desde que comecei a frequentar o Maracanã nunca vi a torcida do Fluminense ser maioria em jogos contra o Flamengo. Seja em momentos ruins, e bons, como agora  vivemos após o título da Libertadores 2023. Este jogo contra o Flamengo, em que perdemos por 2×0, sem jogar nada, não apresentava nenhuma motivação para grande presença da torcida, já que a partida foi realizada entre os dois jogos decisivos das finais da Recopa Sulamericana.

Diante disso, alguns youtubers em suas resenhas, pós-jogo, resolveram criticar nossa torcida pelo baixo comparecimento. Segundo dados divulgados sobre a renda da partida, somente 6 mil torcedores do Fluminense compareceram no setor sul da torcida.

A mensagem passada de forma errônea é de que esse baixo comparecimento justificasse a derrota de um time que entrou totalmente desfocado e cansado na partida contra o seu maior rival.

É inaceitável que a torcida do Fluminense seja tratada como gado e massa de manobra. Cada torcedor tem suas razões para não ir a qualquer jogo, até em uma partida de final de campeonato. Quem dera a torcida do Fluminense fosse a maior do país, em quantidade, mas a realidade é que não somos.

Isto posto, tem um fator que muitos desses youtubers não relevam no momento de criticar a torcida por conta de baixo comparecimento em partidas como essa contra o Flamengo: a segurança pública.

Para quem mora na Zona Sul do Rio de Janeiro, e que tenha facilidade para estacionar o seu veículo próprio em estacionamentos bem localizados, a realidade e condições para ir a uma partida contra o Flamengo, em termos de segurança é bem razoável. Porém,para quem mora em áreas do Grande Rio de Janeiro, subúrbio, que necessite pegar um trem e metrô, não desfrute das mínimas  condições de segurança publica, situação que deveria ser garantida pelos órgãos competentes do estado do Rio de Janeiro, através de sua polícia militar, o que não acontece. Ignorar isso é uma absoluta falta senso e realidade contextual

O fato é que não seremos menos tricolores por frequentar menos vezes os jogos do Fluminense em determinados jogos. Ainda vivemos em uma democracia e exercemos nosso direito de ir, também de não de ir, de aplaudir e de vaiar, se for o caso.

Para alguns que “cagam regras” em relação à torcida, vale pedir mais humildade e respeito. Nesses tempos de mídias e canais tricolores, assim como em todo universo infinito da internet, uma palavra ou atitude podem dar sentido diferente ao que se acha ser certo. O sucesso nos tempos atuais pode se tornar efêmero, basta dizer que vivemos a cultura do cancelamento. Quem comunica, e fala para milhares de pessoas, que exercem sua paixão pelo Fluminense, deve ter o discernimento e tranquilidade para lidar em momentos de derrota.

Ninguém é melhor que ninguém , e ninguém é mais torcedor que ninguém! E vida que segue.