Salários atrasados e Nenê no radar? A conta não fecha!




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Salários atrasados e Nenê no radar? A conta não fecha!

Vencer a simpática Cabofriense é uma obrigação para um clube do tamanho do Fluminense. Mas a forma como venceu, com variações de jogadas e várias oportunidades de gol nos fazem acreditar ainda mais no trabalho de Fernando Diniz. Tem que melhorar no ataque, aprimorar a conclusão e vencer os grandes jogos. No entanto, pra quem não esperava nada em dezembro do ano passado, este início de temporada tem sido um alento.

Contudo, com vitória ou derrota o assunto nas Laranjeiras é sempre o mesmo: atraso salarial. É incrível como a nossa diretoria não consegue aproveitar o potencial da torcida e fazer do Fluminense um clube forte economicamente. Entra ano e sai ano e a turma das Laranjeiras está sempre com salário atrasado. Assim não dá!

Do ano passado pra cá, quase sempre lemos notícias sobre as dificuldades do clube em honrar a folha de pagamento. Foi assim em maio, junho, agosto e novembro de 2018, sendo que no primeiro dos meses citados o Fluminense recorreu a um empréstimo de R$ 3 milhões pra cumprir o compromisso com o elenco e os funcionários. Já em novembro a dívida com os atletas era de dois meses de CLT e cinco de direitos de imagem.

E fico me perguntando: neste cenário de incertezas salariais, como o Pedro Abad ainda pensa em trazer Nenê para Álvaro Chaves? Apesar de uma boa aposta para compor elenco, primeiramente a diretoria tem que pensar em cumprir com os seus deveres e pagar o pessoal em dia.

Além disso, não podemos esquecer que o atual jogador do São Paulo já está com 37 anos e não é titular absoluto no clube paulista. Como se não bastasse, não aceita substituições – é reincidente em reclamações neste aspecto – e atua numa posição que, bem ou mal, o time já possui várias peças de reposição.

Fazendo uma conta rápida, PH Ganso, Danielzinho, Dodi, o próprio Caio Henrique, dentre outros podem atuar no setor de criação da equipe, sendo que hoje, no meu time, Nenê viria pra ser reserva. E gastar uma grana que não tem com um jogador que irá compor elenco, sem perspectiva de futuro e sem qualquer chance de fazer dinheiro com sua venda, é de uma irresponsabilidade tremenda!

Mas voltando ao atraso salarial, não será surpresa se daqui uns dias os jogadores resolverem parar novamente. No último dia 19 de fevereiro eles assim o fizeram para reivindicar o 13º salário e os vencimentos do mês de janeiro, além de premiações e direitos de imagem não quitados. Basta lembrar que este é a maior fatia do salário do atleta, apesar de ser um arranjo legal para burlar o pagamento dos direitos trabalhistas, em especial o previdenciário.

E a pergunta que fica é sempre a mesma: poderia a diretoria mudar essa situação e melhorar as finanças do clube? Vou tentar responder com várias perguntas.

Temos patrocínio máster? Atualmente, algum torcedor já foi em lojas de artigos oficiais do clube situadas em shopping centers, centros comerciais ou locais do tipo? Alguém já se inscreveu como sócio torcedor e simplesmente não recebeu o cartão do clube? E o programa proposto, é atrativo? Existe alguma atividade de marketing nos estádios ou fora dele que façam a torcida querer participar do dia-a-dia do clube? As entrevistas de Pedro Abad nos dão orgulho de ser tricolor?

Enfim, essas e outras perguntas poderiam ser feitas para demonstrar, de uma vez por todas, que estamos diante de uma diretoria que não honra e jamais honrou as tradições do Fluminense. O atraso salarial não é um problema herdado; é um problema criado pelas más administrações da Flusócio.

Agora corremos o risco de perder Everaldo para o Cruzeiro. O time mineiro vem cheio de gás pra levar o nosso atacante e, do jeito que as coisas vão, é possível que isso aconteça. Em vez de se concentrar em tentar mantê-lo, o que a diretoria faz: vai atrás do Nenê. No final das contas, é trocar um atleta em ascendência e com real possiblidade de dar títulos e lucro para o clube por um de 37 anos, banco no São Paulo e sem qualquer possibilidade de retorno financeiro.

Portanto meus amigos, toda vez que os jornais trouxerem a notícia de que o Fluminense atrasa salários, lembrem-se que a Flusócio, há oito anos no poder, não conseguiu o básico que se espera de uma gestão: pagar quem trabalha pro clube.

E a antecipação das eleições? Isso é assunto pra outra coluna.

Ser Fluminense acima de tudo!

Evandro Ventura