Uma coletiva de imprensa fictícia




Roger Machado (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)

-Está aberta a coletiva de imprensa com o treinador da equipe do Fluminense. 

A pergunta é do repórter José Moreira (TV Imagem WM): -Boa noite, amigos repórteres e profissionais de mídia. Boa noite, Treinador. Como você avalia a eliminação do Flu na Libertadores?

Treinador: Performamos, controlamos as faixas, trocamos passes, compactamos solidamente, aproximamos as linhas, a rebimboca fractal das transições foi paraconsistente, mas, infelizmente, outra vez o placar nos atrapalhou. Culpa do placar…

Pergunta do repórter do Carlos Alberto Videira (Portal Parreira TV): -O Fluminense teve a iniciativa, notadamente no primeiro tempo, mas, novamente, o Tricolor criou poucas chances. Como explicar a pouca criatividade de uma equipe que precisava da vitória? 

Treinador: Não concordo com a avaliação. Acho que performamos, usamos o último terço do campo, o adversário encurtou as linhas e, novamente, a rebimboca do controle foi difusa. O que houve? Outra vez o placar nos puniu. Se não fosse o placar, o resultado seria outro. Foi uma questão de propedêutica e, por isso, discordo da sua avaliação.

Pergunta do setorista Luizão dos Tempos Escolares (Portal Já Treinei Você): -Tu já jogaste antes no 442 enquanto jogador. Por que demoraste para aramar o Fluzão assim, amigo?

Treinador: Performamos, tivemos o domínio, o controle, o passe teve qualidade vertical, horizontal e também na dimensão onto-variacional. Na parte disjuntiva e predicativa do último terço exercemos a apreciação axiológica. Insisto: o problema, outra vez, foi o placar. Se não fosse o placar, certamente, a equipe estaria classificada.

Pergunta do jornalista Caim Porto: -O adversário jogou desfalcado do Ronaldinho, do Giuly, do Deco e do Eto’o. Como explicar a eliminação?

Treinador: Insisto: a culpa foi do placar. Em segundo lugar, penso que temos um elenco competitivo, mas, nos falta um Gabiru. Poderíamos performar mais com um Gabiru. O resto é culpa do placar. E aproveitou para fazer um acréscimo: tivemos a superioridade nos prolegômenos da partida. Uma análise série e sóbria precisa levar em consideração os prolegômenos de um jogo. 

Para encerrar a coletiva, a última pergunta será feita pelo repórter Thiago Muniz (Canal Bagaço da Laranja Rádio): -O que esperar do Fluminense na sequência da temporada?

Treinador: A pergunta está errada. A culpa é do hino, do Lamartine que, infelizmente, incluiu o ‘’verdade da esperança’’ e, equivocadamente, fundou o conceito de espera: o tal ‘’quem espera sempre alcança’’. Além do placar, acho que o hino e as críticas querem tumultuar o ambiente. Performamos, controlamos o jogo, fizemos a rebimboca, a vertical funcionou, a horizontal também e, até mesmo, a labirintite. O placar errou novamente. Insisto: Se não fosse o placar, nesse momento, nós estaríamos classificados. 

– Está encerrada a coletiva de imprensa com o técnico do Fluminense.

Teixeira Mendes