O Futuro do Fluminense. Levir Culpi, o 4-1-3-2. Ainda dá…




Levir Culpi está próximo do Flu (Foto: Atlético MG / Bruno Cantini)
Levir Culpi poderá ser uma boa para o Fluminense  (Foto: Atlético MG / Bruno Cantini)

Estimados leitores. Aos 63 (sessenta e três) anos de idade, Levir Culpi ainda é um treinador muito, mas muito jovem, moderno, cascudo, experiente e grande conhecedor de futebol.

Para quem não sabe, Levir Culpi, quando atleta profissional, era zagueiro. Foi um bom zagueiro, sendo certo que, como treinador, por todos os times em que passou, ajeitou e muito bem o sistema defensivo, fazendo-o jogar, ressuscitando zagueiros, inclusive.

Se porventura alguns de vocês estiverem entediados, sem nada para fazer, sem querer sair de casa, ou ainda, forem fissurados por ficarem vendo “melhores momentos” ou “decisões e partidas memoráveis” dos mais diversos times de futebol no youtube, não deixem de ver a Internacional de Limeira de 1988, o Criciúma de 1989, o Paraná de 1993, o Atlético Mineiro de 1995, 2006, 2007, 2014 e 2015, o Cruzeiro de 1996, 1998, 1999, o São Paulo de 2000 e, se Deus quiser, o Fluminense de 2016.

Todos os supramencionados times foram campeões nesses anos, sob o comando do técnico Levir Culpi.

Ao reverso dos mais variados treinadores que, desde a década de 90, agora em 2016, ainda usam o mesmo esquema tático sob a mesma bitola retrograda de se entender o Futebol apenas pelo 4-4-2 ou pelo irritante 4-2-3-1, Levir Culpi “dança conforme a música”, sem improvisos, sendo que, nas raríssimas vezes em que colocou algum jogador fora de sua posição de origem, ditos atletas por lá ficaram para todo o sempre.

Ou seja, ele consegue ver o potencial do jogador, sabendo exatamente em que plano tático ele pode render melhor e evoluir a equipe e o próprio futebol, com crescimento do jogo coletivo.

Dois exemplos recentes: Rafael Carioca e Luan no Galo.

Com o técnico Cuca, o Luan era banco do Bernard e, quando entrava em campo, era para jogar lá frente, ora no lugar do Tardelli, ora no lugar do mencionado Bernard. Com o Levir, se transformou noutro jogador, extremamente versátil, multifuncional taticamente.

Enquanto o Cuca jogava com Leandro Donizette alternando com Pierre de primeiro volante, o Levir simplesmente sacou o Pierre do time (assim espero que faça no nosso Fluminense), para colocar o Rafael Carioca de primeiro volante (características muito semelhantes ao do nosso Douglas) e, dependendo do jogo, em conjunto com o Leandro Donizette, mas quando assim o fez, chegava ao ataque com três meias (incluindo o Rafael) e um atacante.

Muitos acharam que com a saída do Réver para o Internacional a zaga do Atlético Mineiro acabaria. Ledo engano: Réver virou banco no Inter e Jemerson apareceu para formar uma forte dupla de zaga com Leonardo Silva, e ainda lançou o Yuri, mais um volante habilidoso que sabe sair jogando, fazendo até o Thiago Ribeiro jogar futebol de bom nível (quem sabe não faz o mesmo com o Osvaldo).

Como se vê, são pouquíssimos os treinadores que conseguem fazer isso, sendo que no futebol brasileiro, só vejo o Tite e o próprio Levir: impressionando como esses caras sabem ajeitar uma equipe, pouco importando quem sai ou não do time.

Vendo a entrevista do atual presidente do Atlético Mineiro concedida ao canal do Fox Sport anteontem, a justificativa para não renovação do contrato com o Levir, na visão do presidente (ao meu sentir equivocada), foi por causa de algumas substituições em momentos importantes da competição, equivocadas, que levaram o time a sair derrotado.

Justamente na sequência dos sucessivos erros de arbitragem em favor do Corinthians. Viagem total, ao meu sentir, posto que malgrado o time do galo seja forte, ele não é imbatível, sendo certo que tem coisas que acontecem num campeonato, por culpa do jogador, que não dá para colocar na conta do técnico.

Aproveitando o gancho, a título de exemplo, em 2011 perdemos o Brasileiro para nós mesmos, ao sermos derrotados no Engenhão, seguidamente, para o América Mineiro e Atlético Mineiro, sob o comando do técnico Abel.

Muitos falarão do Cuca pelo que fez no Fluminense em 2009 e no Atlético Mineiro em 2013. Entrementes, respeitando as visões e pontos de vista em sentido contrário, falo do Levir Culpi pelo que fez desde 1988, e ainda continua fazendo, comando Títulos Estaduais com Criciúma, Paraná, Cruzeiro, São Paulo, Atlético Mineiro, Copa do Brasil com Cruzeiro e Atlético Mineiro, Recopa Sul Americana com Cruzeiro e Atlético, e reconstruções de times na série B do Brasileiro, com conquistas como foi com Inter de Limeira e o próprio Atlético.

Com os jogadores que temos no elenco atual, com Levir Culpi, ao meu ver, ainda dá para salvarmos bem o ano.

Rápida Triangulação:

– O retorno do Jorge Macedo sob a alegação de que continuará a filosofia, segundo o nosso Presidente Peter, de integração entre base e profissional, ao meu ver, só dará certo se a filosofia for proibir e reprimir o FREDBALL. Até porque, os nossos times de base jogam num 4-3-3 a muito tempo, sendo inconcebível vislumbrar como será feita essa integração se, nos profissionais, começam a improvisar alguns jogadores, sempre sem sucesso, e fora de posição. Até hoje gostaria de ver o Higor Leite jogando na sua posição de volante, nem que fosse um mísero jogo, e não de lateral direito.

– Sobre o jogo de anteontem, na boa, comemorei e muito o gol no finalzinho como a muito não fazia num campeonato estadual. Talvez pela lembrança de ver um jogo contra um time pequeno, na sua própria casa, no seu estádio, como nos tempos de antanho quando se via o Fluminense jogando contra o Madureira, em Conselheiro Galvão, o próprio Friburguense, em Friburgo, Americano, em Campos, o Bangu, em Moça Bonita, Campo Grande em Campo Grande e o Olaria, na Rua Bariri. A graça do campeonato carioca sempre foi essa: jogar na casa dos pequenos, sempre uma boa opção de entretenimento.

– Um milhão de reais por mês ao Fred? Trezentos e cinquenta mil reais ao Gum? Trezentos mil ao Pierre? Quinhentos mil reais ao Cavalieri? Seria uma eterna gratidão? Que custo benefício é esse? Só daria aumento para o Cicero, pois até de zagueiro o cara joga bem.

Marcos Túlio / Explosão Tricolor