Acorda Fluminense!




O Fluminense teve muitas dificuldades diante do Resende.
O Fluminense teve muitas dificuldades diante do Resende.

Amigos, o Fluminense voltou a triunfar neste triste Rubão Miranda 2015.

Uma vitória sem nenhum brilho, e que demonstrou mais uma vez o longo caminho a ser percorrido por este elenco e pela diretoria tricolor, se quisermos ter uma equipe capaz de evitar maiores apertos no campeonato brasileiro que se aproxima.

Não vou cair na arapuca de dizer que todas as contratações foram mal feitas com apenas sete jogos disputados, mas fato é que nenhum dos novos integrantes conseguiu demonstrar ainda um futebol à altura do Fluminense.

As únicas novidades positivas que tivemos até aqui vieram da nossa base, que foram as atuações do Robert contra o Bangu e o Boavista, e a do Gérson na partida de ontem.

Se não fosse o Gérson, aliás, poderíamos jogar no lixo todo o jogo contra o Resende, já que não se pode comemorar uma vitória em cima do décimo primeiro colocado deste campeonato carioca, que não disputa nem a série D nacional, especialmente nestas circunstâncias (time jogando muito mal, tomando vários sustos durante toda a partida, e achando o gol da vitória na tática do “vambora”, com um gol suado aos 42 do segundo tempo).

É desanimador para qualquer tricolor ter que tecer comentários sobre a atuação do Fluminense neste jogo.

Pra começar, temos uma defesa das piores que já vi jogar no Fluminense. Uma dupla de zaga lenta, jogando em linha, completamente descoberta, e que não consegue levar vantagem em nenhuma disputa de bola pelo alto.

Contra o Vasco já tínhamos levado desvantagem em absolutamente todos os cruzamentos direcionados à nossa área. E ontem, contra o portentoso Resende, até mesmo laterais cobrados diretamente para a área levaram perigo à meta do Cavalieri.

Aliás, será que nosso “jênio” Cristóvão tem feito treinamentos de bolas paradas? Porque faltas e escanteios cobrados contra nossa defesa são sempre um “Deus nos acuda”, enquanto que as bolas paradas que temos no nosso ataque parecem terem sido desenvolvidas por pré-adolescentes de 12/13 anos de idade, nas peladas da escola.

O nosso meio de campo, com exceção do Gérson, se mostrou mais uma vez incapaz de demonstrar um mínimo lampejo de criatividade, parte por culpa de nossa matéria prima, e parte por culpa deste esquema engessado do nosso treinador, que não abre mão deste 4-2-3-1 de time de totó, com nossos meia abertos nas pontas e o Fred isolado no ataque.

Agora eu lhes pergunto, porque não fazer o básico? Temos dois bons volantes (Edson e Jean), e três jogadores que poderiam compor de forma satisfatória as outras duas posições no meio-de campo (Wagner, Robert e Gérson).

Se sou o treinador, poderia escalar o Wagner de terceiro homem, com o Robert mais à frente como aquele ponta de lança clássico. No ataque, Fred e Kenedy (Lucas Gomes).

Outra opção, seria escalar o Gerson de terceiro homem, com o Wagner exercendo a função de quarto homem. E se quisesse ousar ainda mais, poderia escalar o Robert ao lado do Fred no ataque.

Qualquer uma dessas opções, menos insistir no Vinicius, que parece ser um jogador sem sangue, burocrático, sem a menor condição de ser o responsável pela criação das jogadas de ataque da equipe.

De qualquer forma, o esquema do time precisa ser modificado. Isto já podia ser notado desde o ano passado, mas o Cristóvão insiste no erro de tentar adaptar os jogadores ao esquema, e não o esquema às características dos jogadores.

Hoje temos uma defesa vulnerável, um meio de campo sem qualquer criatividade, e um ataque com o Fred isolado, brigando no meio de dois, três zagueiros o jogo inteiro.

Por mais incrível que possa parecer, nossa melhor opção de ataque são as subidas do Wellington Silva pela direita. Mas nem isso podemos celebrar muito, pois deixa muitos buracos que nosso pobre sistema defensivo se mostra incapaz de cobrir.

Com relação à nossa defesa, vamos torcer para que as voltas de Gum e Marlon lancem um pouco de luz sobre este setor. Mas fato é que, enquanto o Cristóvão não abolir esta linha burra, e não corrigir o sistema defensivo como um todo, continuaremos levando vários sustos durante as partidas.

Realmente não temos muitas opções, mas tudo o que não precisamos é de um treinador que estrague as poucas possibilidades que temos neste elenco.

E pra não dizer que não falei da diretoria. Muito louvável o esforço que foi feito para a manutenção da espinha dorsal da equipe. Mas isto ainda é muito pouco para uma digna participação no campeonato brasileiro que se aproxima.

Acorda Fluminense!

Abs,

Alan Petersen