Abel Braga fala tudo sobre o Fla-Flu, torcida chegando junto, sorte de 2005 e muito mais. Confira a íntegra da coletiva!

O técnico Abel Braga concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira, no CT do Fluminense. Confira a íntegra!

Sonho do título

Abel Braga: Vamos encarar de igual para igual. Sabemos o por que não foi igual no jogo passado. Nós não fomos nós mesmo. Estou esperançoso. O que não seria normal era uma vitória nossa no primeiro jogo. Seria injusto. Eles neutralizaram muitas coisas boas do meu time. Podem conseguir novamente, não sei. Mas está tudo aberto. E uma coisa é fato: o mesmo respeito que temos pelo Flamengo, eles têm pela gente. Queremos mais desafios e esse é um deles. Eles (jogadores) vão crescer depois desse jogo, independentemente do resultado. Isso faz crescer. Não prometi ganhar nada, mas os objetivos até agora foram alcançados. Se eu não sonhar, não serei campeão carioca. A coisa tem que estar no subconsciente.

Se a vantagem fosse do Flu…

Abel Braga: Não ia fazer nada diferente. Não iria sentar na vantagem. Entramos perdendo contra o Goiás, perdemos pênalti, dominamos o jogo, mas o gol não saia. E se toma? Os anos me mostraram isso. Não vou inventar o professor pardal agora. Nunca teve um título que mudei a maneira de jogar de uma hora para a outra. Pode mudar a estratégia, mas não a maneira de jogar

Passado de glórias sobre o rival

Abel Braga: Nem vou nessa de passado. Meu time é de homem, de atletas. Tem sangue na veia. Não é time de fantasma, não adianta falar em Renato e Assis. Isso é só uma forma de o torcedor se dar esperança. O Fla é favorito desde que começou o campeonato. Nos outros dois jogos eles empataram no fim conosco. Torcedor tem que estar confiante não por isso, mas pela mudança de atitude e comportamento no segundo tempo

Início difícil em 2017

Abel Braga: É ai que você consegue criar objetivos, desafios. Joguei oito anos no Fluminense. Joguei na ”Máquina”, no vestiário falavam que iam fazer 3 a 0 de cara para não correr no segundo tempo. E faziam. Era prazeroso ficar no banco para ver aqueles caras jogarem. Eu nunca tinha visto nada parecido com o fim do Brasileiro 2016.

Mudança de postura

Abel Braga: Vendo aquele fim de ano do time, fiquei decepcionado pela identificação que tenho com o clube. Uma maneira de mudar isso era criar um rótulo de verdade total. Tinha um jogador que era dúvida para a final até hoje. Chamei ele na minha sala e falei: “Não te quero 95%. Te quero 100%”. Ele me disse: “Estou dentro, estou bem”. Aqui não tem mentirinha. Criamos esse rótulo de verdade entre nós com objetivos, mas com desafios. E um dos desafios era esse. Tentar de toda maneira. Cheguei como ultrapassado, eles terminaram com dez jogos sem vitória no Brasileiro… Quando criamos que havia verdade, trabalho e desafio, ai começamos a criar o sonho de objetivos. Tá sensacional, cara. Quatro fases da Copa do Brasil, Primeira Liga, final do Carioca, ganhamos a Taça Guanabara, ganhamos na Sul-Americana. Nós sonhamos com isso, mas criamos objetivos para isso. E o caminho é árduo.

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Começou perdendo a final de 2005 e virou no segundo jogo

Abel Braga: Eu dou essas sortes (risos). Mas não posso me agarrar nisso. Tenho minha superstição, meu santinho no bolso, rezo antes de sair de casa. Mas não peço para ser campeão, peço para fazer um grande jogo.

Maracanã lotado para a decisão

Abel Braga: É o glamour do jogador. Eles trabalham, sofrem, jogam em Bangu, Los Larios, Edson Passos.. Tudo para chegar no objetivo, para o jogo de domingo. Ser em um dos palcos mais importantes, lotado… É sensacional, muito bom. Me sinto honrado. Fla-Flu é diferente. Tenho que criar desafio para eles. Vai ter uma torcida do outro lado gritando e vamos tentar calar eles. Começa a criar objetivos para diminuir a intensidade do rival. O cara tem que estar preparado para isso. Domingo teve um público legal, contra o Livepool-URU também.