Carências escancaradas




Marcos Paulo (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)



Apesar de alguns “pontos de interrogações” da gestão e limitações do elenco, grande parte da torcida tem apoiado o Fluminense. Com portões fechados, diretoria e time estão numa maravilhosa zona de conforto, pois não sofrem qualquer tipo de pressão. Inclusive, por causa desse distanciamento, virou moda dirigente ou jogador desdenhar da opinião do torcedor tricolor. Quem acompanha as entrevistas coletivas sabe muito bem do que estou falando. Não sei se é falta de noção ou se está tirando onda mesmo, mas a verdade é que ninguém mais respeita a torcida do Fluminense.

Antes da partida contra o Grêmio, a torcida comprou o barulho. A galera apareceu na porta do Maracanã para receber o time de braços abertos. O problema foi o que rolou quase duas horas depois…

Pois é, bastou a bola rolar para que algumas situações fossem escancaradas. A equipe gaúcha, que do meio pra frente teve cinco jogadores formados na divisão de base do clube, executou uma marcação alta quase perfeita. O Fluminense só conseguiu avançar lá pelos doze minutos. Até deu uma pressionada, mas só por um pequeno período. Bem posicionado e atuando com inteligência, o Grêmio voltou a dominar o duelo e acabou abrindo o marcador.

Durante o intervalo, pensei o seguinte: “Não é possível que o Fluminense volte ainda pior”. Santa ingenuidade! A etapa final foi ainda pior. Renato Gaúcho seguiu engolindo o Odair Hellmann. Para piorar, Ganso, que entrou no intervalo, foi uma negação em todos os sentidos. Errou praticamente tudo, ou seja, até passes simples. É claro que a culpa não foi somente dele, porém, a atuação do camisa dez foi algo deprimente, que até gera brecha para que o torcedor pense sobre o grau de comprometimento do jogador, mas como a opinião do torcedor pouco importa no atual do Fluminense…

A primeira finalização do Fluminense na segunda etapa ocorreu apenas aos trinta e seis minutos. Por aí dá para ter a noção exata da desastrosa atuação da equipe comandada pelo técnico Odair Hellmann. Já o Grêmio teve duas chances claras para ampliar, mas o Muriel evitou o pior. No final, o menino que não gosta de ser criticado, Marcos Paulo, conseguiu cruzar para o Lucca, que estava na pequena área, mas deu um peteleco na bola. Pois é…

O Grêmio mereceu a vitória por 1 a 0. E muito. Poderia ter sido até por um placar um pouco maior. De certa forma, a derrota foi até positiva para o Fluminense, pois escancarou algumas carências já conhecidas. Apesar da boa campanha até aqui, a necessidade de reforçar o elenco sempre foi comentada por todos nós. Não precisa ser nenhum gênio ou ter dado dois treinos na vida para saber que, no mínimo, o time precisa ser reforçado com um lateral-direito e um meia de criação. O ataque também necessita, mas por conta dos problemas financeiros, acho válido apostar num garoto da base como opção imediata no banco de reservas.

Agora é aguardar os confrontos contra o Palmeiras e Internacional…

Curtinhas

Igor Julião parece ser gente fina, mas não dá para aturá-lo como senhor absoluto da lateral-direita do Fluminense.

– Qual é a explicação do Odair Hellmann sobre a opção de ter deixado o Luiz Henrique fora da escalação inicial?

Dodi manteve a sua regularidade apesar do imbróglio de sua renovação.

Centralizado, Michel Araújo não esteve nada bem, mas eu não teria tirado ele. No intervalo, acho que teria sido mais correto abri-lo na direita e o Luiz Henrique na esquerda.

Forte abraço e ST

Vinicius Toledo