Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a goleada sobre a Aparecidense




Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense F.C.

Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a goleada sobre a Aparecidense

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Renato Gaúcho após a goleada do Fluminense por 4 a 1 sobre a Aparecidense, na noite desta quarta-feira, no Estádio Mané Garrincha, pela volta da terceira fase da Copa do Brasil 2025:

Goleada sobre a Aparecidense

“Eu acho que o importante era a gente fazer o dever de casa e conseguir a classificação. Eu coloquei para eles (os jogadores): a Aparecidense é um bom time, está na quarta divisão. Temos de pensar que se ganhamos, é normal. Normal ganharmos uma equipe da quarta divisão. Se a perdemos, já pensou? Ninguém ia querer desculpa. E nem eu iria dar uma desculpa. Nós respeitamos nosso adversário. Não começamos com a intensidade que deveríamos. Tomamos o gol, mas a gente não se desesperou.

Corrigimos algumas coisas que estavam erradas. Conseguimos ainda virar o jogo no primeiro tempo. No intervalo corrigi mais algumas coisas. Praticamente a Aparecidense não criou mais nada, a gente tomou conta do jogo. Sabíamos que eles teriam que ir pra frente e eu teria que deixar espaço. Foi o que aconteceu. A gente aproveitou os espaços que eles deixaram, matamos praticamente o jogo e conseguimos o nosso objetivo, que era a classificação.

Susto no primeiro tempo

“O Brasil está com carência de jogadores decisivos, craques que se diferenciam. Por isso, o futebol está nivelado. Aparecidense está muito bem treinada e tem jogadores de velocidade, que são importantes no futebol. Para eles era uma Copa do Mundo. Isso coloquei bem claro para o grupo: se não estrarmos com intensidade e focados o tempo todo, seremos surpreendidos. E fomos. Justamente porque baixamos a intensidade no início e tomamos o gol. Temos de correr atrás, abrimos espaços, todos ficam cobrando. Viramos o jogo, mas nem sempre vamos conseguir, principalmente no primeiro tempo.”

Eliminações de clubes da Série A e críticas ao desempenho do Fluminense

“Você fala: o que a Aparecidense apresentou? Quando falo que o futebol está nivelado, vocês estão entendendo. Até porque estou dando exemplos. Ontem o Grêmio saiu para um time de terceira divisão, o Fortaleza também. Vimos o Vasco como passou. É só o Fluminense que está devendo? Eu sei que precisamos melhorar, mas são vários jogos, viagem, desgaste. O importante no momento são os resultados para mim. A passagem de fase na Copa do Brasil, os pontos no Brasileiro e na semana que vem buscar a vaga na Sul-Americana. Quanto antes as pessoas entenderem isso, ótimo. Até porque se o meu Fluminense tivesse sem essa intensidade toda e não jogando tão bem, se fosse só o meu time, eu estaria preocupado. Como não é só o meu time, não fico tão preocupado assim.”

Desempenho prejudicado pela sequência de jogos

“Confiança sempre maior para o grupo. Temos um clássico no próximo sábado, mas tínhamos que estar com a cabeça aqui para conseguir a classificação. O mais importante foi a classificação. Temos visto em outros jogos a dificuldade que as equipes têm passado. Futebol brasileiro está muito nivelado, não importa qual a divisão. Ontem vi os jogos, vocês também viram a dificuldade de grandes clubes que saíram. Hoje também o Fortaleza. Não tem jogo fácil. Problema é que todo mundo no Brasil quer ver espetáculo, o time jogando bem. Futebol não é mais assim, não.

Desde que eu cheguei, praticamente não tivemos semana cheia. A cada três dias tem jogo, competição, partidas importantíssimas. Não tem tempo para trabalhar, desgaste grande. Final de semana estávamos em Caxias com chuva, frio, campo pesado, hoje estivemos aqui buscando o resultado para nos classificar. É muito difícil. Hoje em dia, todos querem futebol bonito, mas vai ficar difícil ver isso sem tempo para trabalhar e com o desgaste do time.”

Cobranças da torcida do Fluminense

“O torcedor, nesse sentido, tem razão. Isso é o que eu mais cobro do meu time, de quem entra em campo. Agora, por outro lado, tem que sair em defesa do centro do meu grupo, justamente pelo desgaste. Você não pode toda hora sair fazendo marcação pressão, os 90 minutos, ninguém aguenta. Justamente pelo desgaste. Por exemplo, o Aparecidense jogou no sábado. Nós tivemos um jogo pesado lá em Caxias, viemos aqui para Brasília. Eles tiveram um dia a mais que a gente. Sábado temos um clássico. O Vasco jogou ontem, nós jogamos hoje. O desgaste é muito grande.

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Eu tenho colocado jogadores em campo que estão pedindo para sair no intervalo do jogo porque não aguentam mais correr. Aí eu mudo meio time, não consigo a classificação. Ah, porque eu mudei meio time. Cara, é difícil agradar todo mundo. É difícil. O torcedor tem de entender que, no momento, o mais importante para a gente é o resultado. Eu entendo o que eles estão cobrando em alguns jogos. Eu também cobro diariamente do meu time, principalmente nos jogos. Essa intensidade. Só que, ao mesmo tempo, não adianta. Eu queria comprar uma intensidade com o desgaste do time, até porque, eu volto a repetir, ninguém está dando desculpa.

Eu tenho visto todos os jogos e não tenho visto nenhum time do Brasil se destacando. Nenhum time jogando bonito e ganhando jogos. Todo mundo está buscando resultado justamente pelo desgaste. Então, quando as pessoas falam que há falta de intensidade, o time não jogou bem, ok, acontece, realmente tem acontecido isso. O time está desgastado, o calendário brasileiro desgasta qualquer clube do Brasil. Ou as pessoas entendem isso ou não entendem, tanto é que você vê em todos os jogos e toda hora tem treinadores que mudam seus jogadores. Tem que dar graças a Deus os grandes clubes que têm dinheiro, que têm praticamente dois times, e muitas vezes a gente está vendo jogadores saindo de campo machucados, por quê? Justamente pelo desgaste, então cobrar é uma coisa, querer também é uma coisa, agora ter condições de fazer é outra bem diferença.”

Ponto negativo da participação no Mundial de Clubes

“Todo mundo quer resultado, a cada três dias temos um jogo decisivo. Se eu mudo muito o meu time, a gente perde em termos de entrosamento, perdemos também um pouquinho em qualidade, aí é difícil. Quatro grandes clubes vão disputar o Mundial, graças a Deus o Fluminense é um destes grandes clubes. O restante, praticamente, vai dar férias para os jogadores, eles vão descansar. Na volta das férias, eles vão ter tempo para se reorganizar, enquanto nós vamos estar no desgaste do Mundial. A gente não sabe até que ponto vamos avançar na competição. Então, todo mundo vai cobrar na volta de novo. Os jogadores vão ter férias e a gente vai estar trabalhando. A gente vai voltar e todo mundo fez uma mini pré-temporada, enquanto a gente está se desgastando e a cobrança vai ser igual.

Infelizmente no Brasil é assim: ninguém tem mais paciência, ninguém tem paciência com os treinadores, com os jogadores. Querem cobrar, querem ver futebol bonito, ver o time ganhar, está todo mundo assim. Às vezes com dois ou três minutos de jogo as pessoas estão chorando. É muito difícil trabalhar assim. Vocês, que estão desse lado aí , que façam as críticas, seus trabalhos, os elogios, que é normal do trabalho de vocês. Muitas vezes, o comentarista quer ver exatamente o que o torcedor quer: intensidade, futebol bonito, gols… bom, aí você repensa no que está comentando. Pode cobrar, mas explica para o torcedor que tem o desgaste, a cada três dias é difícil jogar bonito, é impossível colocar o mesmo time em campo, impossível você golear, por que vou repetir: o futebol aqui é bastante nivelado.”

Jogo em Brasília

“Eu sou empregado do clube, não sou eu quem decido. Se me perguntar, para mim foi ótimo. Jogamos no Maracanã e aqui em Brasília praticamente em casa. Mas eu cumpro ordens e vem de cima. O que tem de ser mudado são as decisões na CBF. Se tem essa brecha os clubes se aproveitam, os clubes menores vendem os jogos para arrecadar dinheiro. Une o útil ao agradável, o time grande compra porque tem dinheiro. O pequeno se favorece para pegar o dinheiro. Onde me mandarem jogar, eu tenho de ir. Sou empregado do clube, tenho de jogar. Quanto mais vantagens tivermos, melhor. Temos essa vantagem porque tem essa brecha, mas não é só com o Fluminense, não. Acontece com todos os clubes. O Internacional jogará em Santa Catarina. Os clubes menores deixam, então não tem do que reclamar.”

Saída de Renato Augusto

“Quando eu cheguei no Fluminense já tinha esse zum-zum-zum de que ele poderia parar de jogar. Eu não estava acreditando muito, então ele foi levando, eu comecei a dar oportunidades. Ele era um jogador importante, inteligente, importante no grupo, bem acima da média. Fiquei triste, falei com ele ontem, mas praticamente. Fiquei triste. Já tinha me buzinado no ouvido que ele iria parar. Perguntei por que, ele falou que não estava aguentando mais as lesões. Estava um pouco estressado com as coisas, precisando descansar. Eu ainda falei: “pensou direito?”, “repensa, você vai fazer falta para o futebol”. Ele disse: “não, não. Pensei bastante, parei para pensar com a minha família e está decidido”. Infelizmente, é mais um jogador acima da média que parou no Brasil, que pode ter certeza, muita gente não vai sentir falta dele porque não vem jogando seguido muito mas eu vou sentir, pela qualidade dele.”

– Próximos jogos do Fluminense

  • Brasileirão: Fluminense x Vasco – 24/05 (sábado), às 18h30 – Maracanã
  • Sul-Americana: Fluminense x Once Caldas – 29/05 (quinta-feira), às 21h30 – Maracanã
  • Brasileirão: Internacional x Fluminense – 01/06 (domingo), às 20h30 – Beira-Rio
  • Mundial: Fluminense x Borussia Dortmund – 17/06 – 13h – MetLife Stadium
  • Mundial: Fluminense x Ulsan HD – 21/06 – 19h – MetLife Stadium
  • Mundial: Mamelodi Sundowns x Fluminense – 25/06 – 16h — Hard Rock Stadium

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