Consequência das inconsequências




O torcedor lúcido tem a noção exata das limitações do atual elenco do Fluminense. A derrota para o vice-lanterna todo esfacelado, que ainda não havia vencido um jogo sequer no Campeonato Brasileiro, foi um necessário choque de realidade para que a torcida mantenha os pés no chão e, principalmente, para calar a boca de uma meia dúzia de engomadinhos arrogantes.

O Fluminense completinho é um time muito aguerrido, bem organizado taticamente e que endurece jogo contra qualquer equipe do país, mas quando perde as principais peças, a queda técnica é assustadora.

Na derrota para o Paraná, entramos sem o Gilberto, Ayrton Lucas e Pedro. Para piorar, ainda perdemos o Marcos Junior, que, queiram ou não, faz falta dentro da proposta de jogo do atual Fluminense.

Considerando a tática adotada, não entendi a entrada do Robinho no lugar do Marcos Junior, que se lesionou logo no início do jogo. Robinho não tem velocidade para manter a intensidade que a equipe vem apresentando. Pelas características, Matheus Alessandro ou Pablo Dyego seriam opções melhores.

O primeiro tempo na Vila Capanema foi de dar dó. No nosso lado esquerdo, uma avenida chamada Marlon. Pelo lado direito, Léo foi sofrível. Lá na frente, vimos o João Carlos correndo adoidado, mas sem mostrar intimidade alguma com a bola e doido para arrumar uma expulsão. O Richard estava perdido em campo e parecia sem pernas para combater os adversários.

Com alas sofríveis, volante nulo e um atacante limitadíssimo, a sonolência do Robinho foi a cereja do “estragado bolo” verde, branco e grená. O Fluminense deu apenas uma finalização contra o vice-lanterna nos primeiros quarenta e cinco minutos.

Na segunda etapa, um gol sofrido logo no início graças a um pênalti cometido pelo Léo. A entrada do Matheus Alessandro, que deu uma luz ofensiva ao time, com muita velocidade, dribles e até perigosas finalizações, foi o único sinal de esperança tricolor na geladíssima Curitiba.

Para o pacote da terrível noite ficar completo, a arbitragem validou um gol ilegal do Paraná. Na dúvida, sempre marcam contra o Fluminense. O que me impressiona é a passividade da nossa diretoria. Até quando continuaremos sendo prejudicados escancaradamente? No final, Pablo Dyego salvou o gol de honra.

Em termos de tabela de classificação, a derrota foi um desastre. A vice-liderança isolada, que parecia tão próxima, foi jogada no ralo. Um empate, que já seria considerada uma derrota, nos deixaria na quinta colocação. Infelizmente, perdemos uma bela oportunidade de fazer gordura para o bem ou para mal com quase 25% do campeonato disputado.

Abel Braga tem os erros dele, mas os acertos são muito maiores. Continua sendo o grande craque do atual Fluminense em todos os sentidos. Sobre o elenco, só posso dizer uma coisa: é a consequência das inconsequências cometidas ao longo dos últimos anos no comando do Fluminense Football Club.

Sem caça às bruxas, mas a chama da cobrança por um Fluminense decente e forte tem que continuar acesa.

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo


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