Gerações que desconhecem a história






GERAÇÕES QUE DESCONHECEM A HISTÓRIA

Buenas, tricolada! Talvez eu devesse comentar sobre esta última partida, pela Copa do Brasil, entre Luverdense e Fluminense, lá em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso! Mas, cá pra nós, esse jogo não merece comentários! Decepcionante!
Duelo sem graça, modorrento, onde os nossos jogadores pareciam que se poupavam pro Fla-Flu de sábado, e que me deu um sono do caramba!
Apenas algumas considerações rápidas. O Matheus Ferraz foi o nosso melhor jogador (pra variar). O Fernando Diniz não tira o Luciano nem que a vaca tussa (impressionante!). E este mesmo Luciano, por incrível que pareça, é o termômetro do nosso time. Quando ele vai bem, as jogadas de ataque fluem naturalmente. Mas o malandro vem mal desde o Fla-Flu da semi da Taça GB!
A equipe permanece sem profundidade, penetração e, como consequência, vimos um 0x0 feio, insosso e revoltante neste confronto diante do frágil Luverdense! Ponto!
Dito isso, resolvi escrever sobre algo que, neste instante, me parece prioritário: a declaração do jornalista dos canais SporTV, Rodrigo Capelo, no programa “Acabou a Brincadeira”, na tarde desta última quarta-feira! Pois sim, ele afirmou que o FFC não é mais um clube grande!
Os adventos da globalização, da comunicação imediata – por internet, e das próprias redes sociais deram origem a monstros incontroláveis. Vira e mexe, estes monstros desferem perigosos golpes nas memórias e no historicismo de um mundo mais antigo, sem tecnologias.
Aliás, os livros de história e as enciclopédias, que eram cuidadosamente confeccionados, atualmente caíram em total descrédito – não me referi a desuso, e sim a descrédito mesmo! O grande “pai dos burros” nos dias atuais é o Google. Se qualquer tema debatido estiver por lá – e quase todos estão, pronto, fecham-se as questões, acabam-se as demais pesquisas.
No que tange ao futebol, não raro observarmos a garotada afirmando que CR7 é melhor do que foi Euzébio. Que Neymar é mais jogador do que o Dener. Que Messi é mais completo do que Maradonna. Por mero desconhecimento – ou desinteresse, jamais mencionam Puskas, Di Stefano, Beckenbauer, Cruyff, Platini, Roberto Rivellino, Gérson, Ademir da Guia, Tostão, e tantos outros gênios que sequer são avistados em fotografias preto e branco! Daqui a pouco esquecerão Romário, R-9, R-10 e Rivaldo também, podem acreditar. Basta deixarmos o tempo urgir!
Falam com reverência de um certo Rei pelo fato de a imprensa, os familiares, os amigos e parentes de amigos não deixarem sucumbir ante aos modernismos os feitos extraterrestres do senhor Édson Arantes do Nascimento, vulgo Pelé!
Partindo desta premissa, o pior Presidente do Fluminense é o Pedro Abad, mas nunca ouviram falar de Gil Carneiro de Mendonça, Álvaro Barcellos e Fábio Egypto. Os nossos piores elencos de todas as eras são os dos últimos 2 ou 3 anos, mas não conviveram com Flávio Roberto, Maldonado, Vanin, Percy Olivares, Ademílton, Hélio, Zé Carlos, Rissut, Alê, Itaberá, Luciano (lateral-esquerdo), Ayube, Toinzinho, Fanta, Jerry, Jason… Em períodos distintos! Putz! Dá dor de cabeça só de lembrar!
Pra começar, o Abad é péssimo gestor mesmo, tem que “sair ontem”, mas não vem sendo pior do que foram os três mencionados acima. O nosso elenco de hoje tem vários pontos cegos, mas já vi coisas muito mais assustadoras vestindo-se de tricolor dentro de um campo de jogo!
Na verdade, estes são fenômenos até compreensíveis, já que as nossas referências de vida são aquelas que nos são palpáveis. No entanto, eu particularmente aprendi a conhecer e gostar da história desde a tenra idade. Sim, pois aquele que não reconhece o seu passado não pode apostar no próprio futuro – e triste é a sociedade que renega este tal passado! Pior, hoje ainda há os exageros, as bravatas, as opiniões polêmicas geradas por um tipo de opinião agressiva e desnecessária! As pessoas buscam “likes” também fora do mundo virtual, creiam. Uma lástima!
Por isto, em paralelo, eu não corroboro com determinadas maldades sociais, que enxotam da existência e menosprezam este passado como se ele jamais tivesse existido. Dicotomias e ufanismos que nutrem um egocentrismo nada cidadão e pouco associativo tomaram o planeta de assalto. “Apenas” tudo isso!
Lembram da minha alusão ao tema proposto lá no começo? Pois é, este extenso preâmbulo visa a tecer alguns comentários sobre as declarações do Rodrigo Capelo! Como assim o Fluminense Football Club não é mais um dos gigantes do planeta bola????
Quais medidas alguns “novatos” utilizam para mensurar grandezas? Esse moço citou o Flu e mais uns 4 ou 5 clubes, colocando-os numa mesma barca! A propósito, que os representantes e/ou torcedores destas outras agremiações pulem de suas tamancas! Eu me aterei ao nosso Fluzão, porra!
O gigantismo de uma instituição centenária não se resume em maus momentos. Em falta de títulos. Numa esporádica perda de protagonismo. Estivemos na Terceira Divisão e na Segundona – em duas oportunidades -, e jamais deixamos de ser grandes!
Sei que a torcida tricolor anda ausente dos estádios, e os motivos são inúmeros, mas ela está por aí, nesse Brasilzão de meu Deus! Somos quase seis milhões de apaixonados, caceta! E ela, a torcida, é mote comparativo para se determinar tamanhos! Senão, o Mequinha, o Bangu e a Lusa paulista ainda seriam enormes!
Devemos considerar tradição, história, quantidade de títulos, número de torcedores – ratificando, exposição da marca no mercado mundial, capacidade de contratar craques e revelar talentos, glórias, pioneirismos, peso da armadura, e muitas outras vertentes para avaliarmos as tais grandezas. E o FFC está muito bem posicionado nestes quesitos, além de inserido em todo este contexto há 117 longos anos! Não será um jovem jornalista que diminuirá os feitos seculares de uma instituição fortíssima do segmento – e que se mantém colossal no decorrer de tantas primaveras, apesar dos pesares!
Ele ainda tentou justificar-se, falando sobre investimentos e capacidade financeira. Citou Fla, São Paulo, Palmeiras e Corinthians como os únicos remanescentes da referida grandeza.
A pergunta que não cala é QUANDO ACONTECEU O ÚLTIMO GRANDE TÍTULO DO SPFC? E DO FLAMENGO? Eu sei, mas não vou publicar aqui e agora. Ele é que repense os seus conceitos. Ele é que apure, pombas!
Ah, os dois ao menos estão sempre competindo, talvez o camarada me respondesse. E eu treplicaria: oras, mesmo com os intermináveis desmandos administrativos, sucessivos atrasos salariais e elencos menos fortalecidos, em alguns anos pós-UNIMED brigamos por Copas do Brasil, Sulas e começamos otimamente bem muitos Brasileirões! Não mantivemos a pegada porque, sabemos, saco vazio não para em pé!
Portanto, Rodrigo, meu camarada, MBA’s, extensões de cursos, pós-graduações, doutorados etc não tornam uma opinião mais valiosa ou verdadeira. Opinião é opinião, OK! Mas a história não se desconstrói com os valores vazios que as liturgias secas e “profissionais” trazem nos seus almanaques e bulas! Essas ações representam um empirismo clássico, pô! Como você mesmo afirmou, esta espécie de matéria envolve paixão, mas tudo nesta vida funciona melhor quando fazemos uso do equilíbrio – mesmo na dualidade compulsiva do futebol.
Então, eis um cidadão – este colunista aqui mesmo – buscando, à prióri, o manifestado equilíbrio (entre fleuma e sanguinidade) concedendo-lhe alguns conselhos. Estude mais sobre o Fluminense. Destrinche melhor os meandros das nossas façanhas e conquistas. Reconstitua as nossas trajetórias de ineditismo – aplicadas em mais de um século de participações ativas em frentes diversas. Não tente apequenar, ainda mais uma entidade mundial do desporto, apenas usufruindo dos seus conceitos teóricos de Terceiro Grau, numa boa Universidade tupiniquim. Não promova falácias, mesmo de cunhos pessoais, fundamentado apenas no presente – ou no passado contemporâneo.  Ah, e não se esqueça de que a mídia é useira e vezeira neste tipo de iniciativa, a de vilanizar o Flu em quaisquer pendengas… Não transforme-se em mais um pêndulo desta covardia!
Somos o Fluminense Football Club. Somos grandes. Enormes. Gigantes. Atemporais. E não há diretorias, correntes políticas, inimigos ou novos jornalistas, baseados numa matemática de absurdos e afeitos a tapinhas nas costas, que farão desmoronar o nosso castelo. Ele foi edificado em honradez, vitórias – e derrotas, imortalidade, brilho, prestígio, louvores, suntuosidade, triunfos, esplendores, reconhecimento, alegrias, pompas, reconquistas, originalidade e insólitas glórias. Fica a dica, parceiro!
Até a próxima!
Saudações eternamente tricolores!
Rapidinhas:
– Gostei das chegadas do Léo Artur e do Ewandro. Encorparão o elenco. Mas talvez elas representem um conformismo do Abad com as saídas de Calazans e Everaldo.
– Fernando Diniz, cacetada, utilize mais os meninos do sub-17. Chega de mesmices!
– Os jogadores deveriam se envergonhar do que (não) fizeram no MT! O que vi dentro das quatro linhas doeu na minha alma tricolor!

Ricardo Timon