O dia mais emocionante da arquibancada do Fluminense




FFF
(Fluminense campeão carioca de 1995) Em pé: Wellerson, Ronald, Sorlei, Márcio Costa, Lima e Lira. Agachados: Aílton, Djair, Renato Gaúcho, Leonardo e Rogerinho

Diz aí, tricolor: onde você estava no final da tarde do dia 25 de junho de 1995? Pois é, eu estava lá…

Domingo chuvoso, eu, meu pai, minha mãe e o meu irmão num Kadett prata saindo do Méier… Naquele dia, a coroa ficou no banco de trás. Motivo? Eu tinha que ir na frente segurando o bambu com a velha bandeira de guerra, de 1980, para fora da janela. E lá fomos nós, com o saudoso Dr. Toledo pisando fundo pela Marechal Rondon.

Quanto mais próximo estávamos do Maraca, mais ansiosos ficávamos. Pai fanático, mãe nascida e criada em Laranjeiras, eu e o meu irmão frutos de uma união 100% tricolor! Todos ligados no 220 e na maior pilha! Vários ônibus lotados de geraldinos fazendo a festa, redondezas do estádio tomadas de torcedores…

Só de lembrar, me bate uma enorme emoção e um arrepio geral! Acredite: o futebol naquela época ainda era 100% emoção no campo e na arquibancada. E assim foi o clima pré-jogo do Fla-Flu de 25 de junho de 1995, o maior de todos os tempos, a batalha mais cinematográfica da história do futebol mundial que decidiu o último grande Campeonato Carioca.

Pelas ruas, a molambada já exibia a faixa de campeão com uma marra do cacete.

O Maracanã explodiu com as entradas dos times! Foi uma verdadeira explosão de cores, amor, esperança e todos os sentimentos mais emocionantes das nossas vidas. Apesar de ser minoria, a torcida do Fluminense fez uma inesquecível festa. Fumaça verde da galera da Força Flu tomando conta da arquibancada, morteiros estourando, pó de arroz e a certeza de que aquele dia era “o grande dia das nossas vidas”.

Ingresso da histórica final de 1995
Ingresso da histórica final de 1995

Detalhe importante: todos os deuses do futebol estavam sentados na marquise do Maraca. Eu vi, é sério!

A bola rolou no templo sagrado do futebol mundial. O Fluminense massacrou o Flamengo no primeiro tempo. Renato Gaúcho parecia um trator em campo! Fez o primeiro gol. Leonardo, o camisa 9 da decisão, ampliou. 2 a 0 na primeira etapa foi pouco, muito pouco mesmo.

No intervalo, a arquibancada tricolor já vibrava com o título. Naquele momento, as sandálias da humildade foram jogadas pro alto! Ao encontrar nossos vizinhos do Méier na arquibancada, meu pai foi logo mandando a real: “Todo mundo lá em casa para o churrascão do título. Tá tudo no esquema!” E o coroa estava falando sério!

Pois é, os deuses do futebol ficaram meio bolados com a nossa marra no intervalo e resolveram aprontar na segunda etapa…

Veio o segundo tempo e a nossa amiga “Dona História” resolveu entrar em campo no Fla-Flu. O massacre verde, branco e grená no primeiro tempo mudou de cores no segundo: virou preto e vermelho. Uma senhora porrada no nosso travessão numa cobrança de falta batida pelo Branco foi o anúncio de que o Flamengo ainda não estava morto. E não estava mesmo. Os caras empataram a parada meio que na marra. 70% do Maracanã explodiu de felicidade. O empate era deles, mas os deuses do futebol resolveram vestir a camisa tricolor naquele dia para desespero eterno da molambada…

Nos minutos finais, o grito rubro-negro de campeão explodiu pra valer no estádio. Uma enorme bandeira preta e vermelha contornou a geral. E o Fluminense?

O Fluminense lutou até o fim, como um verdadeiro time de guerreiros, mesmo com um a menos. Aos 42′, o volante Cadu acreditou numa bola que estava saindo pela lateral, que até seria nossa, mas ele resolveu se matar para não deixar sair. A bola foi rolada para o nosso saudoso Ézio no centro de campo, que rolou para o Ronald lá na direita. A bola foi enfiada para o Aílton, o motor do time. O final da história? Gol de barriga do Renato Gaúcho e uma verdadeira explosão tricolor de emoção na arquibancada do Maracanã! Ainda rolaram os cinco minutos mais longos das nossas vidas, mas quando o juiz deu o apito final…

Flu
O inesquecível gol de barriga

Muito obrigado, Wellerson, Ronald, Lima, Sorlei, Lira, Marcio Costa, Aílton, Djair, Rogerinho, Renato Gaúcho, Leonardo, Cadu, Ézio e Joel Santana. Vocês construíram a história mais bonita do Fluminense no Maracanã!

Galera, quem esteve no estádio naquele dia, sabe a medida certa da intensidade de sentimentos e emoções que rolaram nos nossos corações e nas nossas almas. Podem acreditar: 21 anos se passaram e não há um dia sequer que eu não lembre daquele momento, mesmo que seja através de um pensamento de apenas dez segundos.

Não sei como será o final da minha vida, mas uma coisa eu gostaria de pedir a Deus: que as memórias daquele 25 de junho de 1995 permaneçam intactas na minha mente até o meu último suspiro.

Podem falar o que quiserem do Fluminense, mas a verdade é uma só: NÓS SOMOS A HISTÓRIA!

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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