Permanência de Marcão, situação de Marcos Paulo, planejamento para 2021 e muito mais: leia a entrevista coletiva de Mário Bittencourt




Mário Bittencourt (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)

Presidente falou com a imprensa nesta sexta-feira depois de quatro meses

No início da tarde desta sexta-feira (15), o presidente do Fluminense Mário Bittencourt concedeu uma entrevista coletiva por videochamada diretamente do CT Carlos José Castilho. O mandatário tricolor falou sobre a permanência de Marcão, a situação contratual de Marcos Paulo, o planejamento para 2021 e muito mais. Leia a íntegra abaixo:

Permanência de Marcão e saída de Odair Hellmann

“A opção pela comissão técnica permanente é um projeto nosso que em 2019 assumiu depois da passagem de dois treinadores. Não tenho filosofia de tirar treinador, acho importante isso. Acreditava no trabalho do Odair e queria que ficasse para 2021. Como isso não aconteceu, usamos o mesmo método de 2019, quando estávamos em 16º ou 17º, com aproveitamento baixíssimo. Fizemos essa opção na luta contra o rebaixamento, e a comissão permanente entregou um resultado de 56%. Ela venceu três dos primeiros quatro jogos, depois ficamos cinco rodadas sem vencer, até retomarmos o caminho das vitórias, classificarmos para a Sul-Americana e escaparmos do rebaixamento.

Quando Odair nos comunicou da saída, estava em casa ainda me recuperando da Covid-19 e falei com o Paulo (Angioni) por telefone. Optamos por repetir o que aconteceu em 2019, justamente porque a comissão conhecia o dia a dia do trabalho. Nós entendíamos que buscar um treinador naquele momento, talvez não trouxesse um nome que a gente tivesse convicção. E talvez alguns não aceitassem também porque pegar trabalho no meio não é qualquer treinador que aceita. Se a gente tiver 50%, 51% até o final da competição, teremos um aproveitamento parecido e certamente conseguiremos alcançar a vaga na Libertadores ou na Pré-Libertadores.

A gente planeja, aposta, pode dar certo ou pode dar errado. Mas foi com convicção e segue com convicção.

Isso não afasta a derrota horrível de quarta-feira, que sai da nossa linha, em nenhum momento perdemos por mais de dois gols. Por isso estamos cobrando internamente. Aconteceram muitos erros, temos que encontrá-los aqui dentro. Do lado de fora, o que posso dizer é que todos nós estamos muito chateados, com muita vontade de apagar essa péssima impressão após um grande resultado diante de um rival que tínhamos tido. Vamos seguir com o trabalho de manter a comissão técnica permanente. Isso é conversado com eles, sabem que podemos ao início da temporada de 2021 fazer uma opção de trabalho de longo prazo com outro treinador ou mantê-los.”

Situação de Marcos Paulo

“Esse é um problema que não é do Fluminense. É da legislação brasileira. Eu como advogado desportivo tenho que dizer isso. A legislação só permite que o contrato de um atleta com até 18 anos seja assinado por três anos. Depois, pode ser por cinco, se ele quiser. Não existe renovação automática, cláusula de gaveta. Então, o clube faz um contrato de três anos, com 16 anos. Na gestão anterior, quando o atleta ainda não tinha 16 anos, fizeram um contrato de três anos. Depois, com 18 anos, poderia ter sido proposto uma renovação. O estafe me diz que o clube tinha optado por fazer a venda do João Pedro na época. Carreira de futebol é muito curta, já foi o tempo que os jogadores queriam jogar no clube de coração. Quem decide renovar conosco ou não é o atleta.

Conseguimos fazer um contrato de cinco anos com o Luiz Henrique, com o Calegari… Com os do sub-17, a gente fez contratos de três anos. Mas a legislação é cruel com o clube. Voltando ao Marcos Paulo, em junho de 2020 iniciamos conversas pela renovação, um ano de acabar o contrato dele. O estafe entendeu que era melhor esperar uma proposta de fora. O atleta teve contato com um clube da França, por um valor X, e que chegaria uma proposta. Seria bastante importante, mas a proposta não chegou. Em razão da pandemia, ele pediu para esperar para analisar a nossa proposta de renovação. Faltando um dia da janela, chegou a proposta do Torino. Essa foi a única proposta que chegou oficialmente na minha gestão, e avançamos nessa negociação.

O jogador pediu para esperar sobre a nova renovação porque era desejo do atleta de ir. Mas o Torino não respondeu a nossa contraproposta porque encontrou outro jogador. Fizemos uma nova proposta para o Marcos Paulo em dezembro. Mas ele quer esperar a próxima janela para ver se chega uma nova proposta de fora. Para o Brasil, ele não vai. O estafe me diz que continua procurando propostas na Europa. Ainda temos esperança de fazer uma negociação boa para todos os lados.

Já marquei uma reunião com a CBF para falar sobre essa legislação. A gente fica na mão do mercado europeu com esse formato. Vou falar com outros presidentes para viabilizar uma mudança dessa legislação. Não é possível que seja o mesmo formato do mercado de fora, já que somos o mercado vendedor”.

Planejamento para 2021

“Eu cheguei no meio de 2019, não planejamos o ano, pegamos em andamento. Planejamos 2020. Tivemos férias de um mês, os jogadores retornaram e estrearam com sete sessões de treinamento. Outra luta que tenho na CBF é que clubes com dificuldades financeiras, como é o nosso caso, é que competições como Libertadores e Sul-Americana começarem no início do ano é um desastre para estes times. Não tem condições de contratar bons jogadores.

O Brasileiro de 2021 começa em maio, O estadual quatro dias depois do Brasileiro. Já antecipando, vamos iniciar o Carioca com o sub-23. Presidente, e se houver classificação para a Pré-Libertadores? Obviamente que isso vai ser reconversado para que talvez possa suprimir um pedaço dos 10 dias (de férias) e já entrar na competição.

A única coisa que eu acho cruel é que nós temos que nos reinventar a cada semana. Nossos jogos que tinham distância de sete dias foram trazidos para perto pelo calendário de outros clubes. Isso tudo impacta o planejamento. Nossa ideia é que um pouco antes do fim do campeonato a gente comece a ter uma noção do que vamos disputar. Podemos ter a Copa do Brasil no início do ano, mas se formos para a Libertadores, só entramos nas oitavas de final. A gente não sabe como será o calendário. O Estadual, de qualquer forma, começaremos com o time sub-23.”

Aumento de gastos no orçamento 2021

“A incerteza (da pandemia) fez com que a gente previsse uma receita e uma despesa maiores. O orçamento para 2020 tinha uma receita menor do que 2021. Maioria das receitas do ano passado foram jogadas para esse ano. O orçamento é uma peça que se elabora pela perspectiva que a gente se encontra. Por exemplo, a premiação da colocação do Brasileirão era para ser paga em dezembro, mas será paga em março de 2021. As cotas de TV também foram empurradas para esse ano. A gente aumentou as despesas, mas as receitas também. As despesas também foram jogadas para 2021, despesas com jogos, encargos…

A gente tenta aumentar um pouquinho a folha do futebol a cada ano para melhorar, e estamos prevendo um aumento de 20% na folha em 2021. Nossa folha líquida de atletas é R$ 3 milhões. Com encargos, bate em torno de R$ 4,3 milhões. Se inserir funcionários, beira aí R$ 6 milhões. Dos 10 primeiros colocados do campeonato, todos exceto Fluminense e Ceará têm folhas acima de R$ 10 milhões mensais.

Nós pagamos em média 43% a mais de tributos por imagem e CLT por conta da legislação. Mas o aumento das despesas é proporcional ao crescimento de receitas. Toda vez que a gente registra o contrato na CBF paga uma taxa de inscrição, um percentual relativo ao valor do contrato do atleta. Ano passado, gastamos R$ 1,5 milhão só de taxas de inscrição, tem clube que gastou R$ 5 milhões por ter folha maior. Estamos tentando quitar nossa dívidas do passado, principalmente da Fifa, porque senão podemos ficar sem poder inscrever jogadores.

Nossa situação é essa. Não há um desajuste do nosso departamento de futebol. O que acontece é isso. Temos dois orçamentos hoje: um contável e um orçamento gerencial, executivo que nós temos internos para acertarmos todos os botões. Perdemos 64% de todas as receitas no ano passado por conta da pandemia, apertamos os parafusos e nosso déficit final foi de 14%. Ou seja, conseguimos salvar 50%. Agora em 2021, projetamos mais receitas e mais despesas.”

Responsabilidade se ficar fora da Libertadores

“Responsabilidade no clube sempre é do presidente. Temos um profissional, diretor executivo, ele cuida do futebol. O presidente aprova ou não. A decisão técnica é do diretor executivo, do treinador, da comissão técnica… É de dentro do departamento de futebol.”

Mais contratações de veteranos

“Vou discordar um pouco de que começamos a optar por jogadores mais velhos. O meu elenco tem muito mais jogadores da base do que quando eu cheguei. O nosso elenco em 2019 era muito jovem, mas não tinha tantos jogadores da base. Todos os clubes que estão bem financeiramente e disputam no topo da tabela têm média de elenco de 27, 28 anos. Optamos por fazer uma mescla melhor. Basta olhar nosso arquirrival que tem situação melhor que a nossa e média maior que a nossa. Há um estudo no futebol de que os elencos vitoriosos, normalmente, têm médias de idade mais altas.

Allan e Caio Henrique não conseguimos manter pois tinham contrato de um ano. Eles vieram como aposta e foram duramente criticados na chegada, pois ninguém os conhecia. Jogadores jovens que não são do Fluminense normalmente é preciso comprá-los, como Michel Araújo e Pacheco. Eles estão parcelados e estamos pagando com enorme dificuldade. Como não temos dinheiro para contratar, optamos por ter mais jogadores da base e jogadores mais experientes sem custo de aquisição.

Jogadores acima de 35 anos trouxemos Fred e Nenê. Mais jovens trouxemos Caio Paulista, Felippe Cardoso, Michel Araújo, Pacheco, Danilo Barcelos é mediano de idade. Luccas Claro também tem uma idade excelente. Trouxemos o Hudson, o Yago Felipe, que tem menos de 30 anos. Talvez uns quatro acima dos 30 anos que é o que nosso rival fez, foi buscar o Isla com 34 anos. O Grêmio também faz isso. É uma filosofia de tentar equilibrar porque normalmente um elenco só de jovens tem dificuldade de amadurecimento, e mais cascudos tem dificuldade física, porque hoje o futebol é de intensidade.”

Expectativa de vendas em 2021

“A gente entende que com a vacina o mercado vai aquecer e vamos ter propostas muitos melhores em 2021. Se o Fluminense não vender jogadores nos próximos anos, ele não resiste às dívidas que foram criadas ao longo dos anos. São R$ 700 milhões. Pagamos R$ 100 milhões em dívidas, mas tem juros e correções. Tivemos uma redução no valor total. A gente paga por mês R$ 4 milhões apenas em dívidas e sobram R$ 3 milhões para o futebol. É uma dívida astronômica. A gente fez uma previsão de vender mais jogadores em 2021. As janelas boas da Europa são as de junho e julho. Normalmente, as outras não são tão boas. Até por isso, quero conversar com a CBF para reverter isso.”

Postura do estafe de Marcos Paulo

“Eu jamais atribuiria isso ao atleta (Marcos Paulo). Apesar da pouca idade eles (jogadores) são homens, têm sua família. Não acho que pode acontecer igual ou não por ser o mesmo estafe. Estão no futebol há muitos anos, até hoje não me deixaram má impressão. Representam outros jogadores do clube. O Miguel tem contrato mais longo, está integrado ao profissional. Jogar ou não é opção do treinador. Espero que consiga evoluir no Miguel diferente do que tem evoluído com Marcos Paulo.”

Valor por Marcos Paulo

“Óbvio que não vai receber uma proposta semelhante ao que receberia na janela passada, porque ele já pode assinar pré-contrato. Talvez clube que faça proposta para nós se quiser levar o atleta agora. Se quiser esperar, nem proposta vamos receber. Mas existem dois mecanismos da Fifa que o Fluminense permanece. Pode perder o direito econômico, mas continuaremos com mecanismo de formação.”

Reforços para o sub-23

“A ideia é que no futuro próximo nós tenhamos 100% dos jogadores da casa. Vários clubes têm o sub-23. Alguns têm o investimento maior e entendem que não precisam dessa categoria, pois podem comprar quem quiser. Quando cheguei, tínhamos 19 jogadores da base emprestados em outros clubes e o Fluminense pagando o salário. Um dos motivos do projeto é utilizar jogadores que estouram 20 anos e não são integrados ao profissional. Esse tipo de jogador, ou a gente libera de graça, ou emprestamos pagando salário, ou mantemos na nossa casa, no sub-23.

O sub-23 também serve para recuperar jogadores voltando de lesão, como o Frazan. O Martinelli jogou o Fla-Flu na semana passada e pediu para jogar a semifinal do sub-23 para manter a minutagem. Por isso que o Martinelli quando subiu teve logo oportunidade. Treino é diferente de jogo. Não é verdade que o sub-23 arranca jogadores daqui ou de lá. Tanto que o Nascimento jogou o primeiro jogo do sub-23 contra o Vila Nova e participou contra o Corinthians.

A gente tem boas oportunidades de mercado, jogadores que vêm de graça, salário baixo. A folha do sub-23 custa em torno de 4% ou 5% do futebol profissional. É um projeto muito barato. E a gente gastava antes esse dinheiro com os jogadores atuando em outros times. O pleito meu é que a gente possa ter um Estadual de Aspirantes também. Cinco jogadores acima de 23 anos podem atuar no campeonato sub-23. É um projeto que nos atende financeiramente e na recuperação de atletas.

Contratações

“A gente internamente discute situações, mas seria contraproducente falar sobre movimentações de contratação no meio de uma temporada. Em uma nova coletiva, a gente fala sobre isso.”

Especulação envolvendo Samuel Xavier

“Sobre o Samuel Xavier, no momento não há nenhuma negociação. Jogador que achamos interessante. O scout monitora há muito tempo. Interessa, mas não temos nada no momento.”

Desempenho x Brasileirão

“Em 2014 foi o último ano que ficamos na parte de cima da tabela. Antes de ser presidente, comecei a querer entender. O investimento saiu em 2015 e o time teve um déficit de performance. Mas o time de 2013 custava US$ 5 milhões de dólares por mês e brigou até a última rodada contra o rebaixamento, e em 2012 foi campeão. Mesmo com investimento alto às vezes oscila.

Além da obviedade do investimento sair e o time cair na tabela, mas por que ficou abaixo sempre do 12º, 13º? Comecei a encontra outros dados. Um clube com muita dificuldade financeira e que sempre na reta final tinha atraso salarial muito grande, às vezes quatro meses de CLT e oito, nove de imagem, isso mexe com o psicológico dos jogadores. Cheguei com quatro folhas atrasadas e venho tentando evitar atrasos longos, mas a gente segue correndo atrás.

Percebi também que todo final de ano, por causa de contratos curtos, perdia-se 50%, 60% do elenco. E sem dinheiro para reconstruir do zero, time só vai começar a se acertar seis meses depois. Nossa esperança é manter muito maios do que foi feito e ter mais serenidade para trabalhar em 2021 e 2022. Não temos dinheiro para fazer aquisição de atletas, ainda pagamos R$ 25 milhões à Fifa por contratações que não foram pagas antes. E vamos cada vez mais focar na nossa base.”

Interferência na escalação da equipe?

“A gente não interfere nas decisões. Tínhamos reuniões com o Odair sempre pré e pós-jogo, mas não há nenhuma influência na decisão técnica. O departamento de futebol conversa com as comissões técnicas para saber o time que vai, as estratégias do jogo, e depois para entender o que aconteceu na visão deles. Mas não há nenhuma influência em decisão de quem vai relacionado, jogar… Se tivesse qualquer ingerência sobre qualquer tipo de coisa, perderia o direito de cobrar os resultados.”

Queda de desempenho do time

“O Odair desenvolveu um trabalho de quase dez meses. Há um novo comando, com suas ideias. Em 2019, quando o Marcão também assumiu, ele optou por manter um modelo parecido com o do Fernando Diniz. Ele está tentando colocar as ideias em cima do modelo do Odair. E, coitado, ainda tem Covid. Acho uma covardia a cobrança que se faz com os profissionais do futebol brasileiro. Tem jogo de três em três dias, é doloroso. Leva-se tempo para evoluir. Nós, internamente, avaliávamos bem o trabalho do Odair, tanto que gostaríamos de renovar. Mas nós e a própria imprensa também criticavam o desempenho. ‘Ah, ganha, mas não convence’. O futebol brasileiro é resultadista. Quem trabalha aqui dentro não olha só o resultado. Olhamos o investimento que a gente tem, o tempo. Nós temos dificuldades financeiras e de reposição de peças.

Clubes que têm dinheiro tem peças de reposição. Machuca um, contrata outro. Acho o nosso elenco excelente, mas temos problemas. Tivemos uma troca de treinador que não foi planejada, técnico com Covid. Tento dar minimamente tempo para que se desenvolva um trabalho. No primeiro turno com o Odair, foi nesse momento que tivemos uma queda. Teve a eliminação para o Atlético-GO ali tempo. Tentaram instaurar uma crise aqui dentro. E superamos. Vamos seguir o mesmo método aqui dentro agora. Vamos conseguir? Não sabemos.

A gente optou pelo mesmo modelo de 2019: a efetivação da comissão técnica permanente, que já conhece o clube, o elenco. Só deram valor ao Odair quando ele saiu. Não vamos mudar o nosso norte. A gente pensou para fazer isso. Se estamos certo ou errado, respeito 200% a opinião do torcedor e da imprensa, mas se vai dar certo, vamos saber lá em março. Se não der certo, vamos pensar.”

Nenê chateado com reserva?

“Não presenciei nada. Não me envolvo nas questões com comissão técnica e jogadores. Chega a ser até clichê falar que um jogador fica chateado quando não está jogando. Um grupo de jogadores é composto por 11 atletas felizes e outros que querem entrar. Quem está de fora quer estar lá dentro, é profissional. Se o Nenê realmente se chateou, acho o termo ‘barração’ feia, mas ele certamente ficou chateado. Se o Marcão fizer uma mudança para sábado, outro jogador vai ficar chateado. O nosso ambiente é ótimo, problema nenhum interno. O grupo se dá muito bem. Seguimos com o mesmo ambiente. Tudo isso só está acontecendo porque tivemos uma derrota feia.

Se tivéssemos empatado ou vencido, ninguém estaria falando disso. Só pegar o exemplo do nosso rival, que já estão dizendo que tem problema porque o momento não é bom. Se fosse em 2019, não se falaria nisso. É criar crise onde não existe.”

Profut

“As parcelas estavam suspensas. Teremos que pagar o retroativo. O prazo que temos é até o final do mês. Temos que pagar alvo em torno de R$ 2,8 milhões. De surpresa. Nós não perdemos o ato trabalhista. Foi concedido para nós em 2011, concluímos o pagamento em 2020. Em abril de 2020 tivemos que fazer uma petição. A juíza determinou que a gente quite até agosto de 2021 com parcelas. Temos que pagar em torno de 90 milhões de dívidas.”

Reintegração de Rodolfo ao elenco

“Quando ele foi suspenso, a previsão de penalidade poderia ser de quatro anos ou banimento do futebol. O problema dele é de droga social, dependente químico, e tive um caso aqui do Michael, participei de muitas reuniões na época com psiquiatras, médicos, psicólogos, e percebi que essas pessoas precisam da nossa ajuda. Especialmente o atleta, que pode estar jogando a carreira fora.

Quando Rodolfo foi pego no doping, eu tinha acabado de assumir a presidência. E ele, sem me conhecer, achou que faria o que permite a legislação, de o contrato ser suspenso e deixasse de pagar. Acho que isso seria muito cruel, algo que fizesse voltar ao mundo das drogas. Fiz um acordo com ele, de que ficaria conosco, se tratando, o clube o ajudaria em todo tratamento, colocaria o departamento jurídico do clube para tentar minimizar a punição. E para que mantivesse os custos de vida, ao invés de tirar 100%, pagaria 20% ou 25% nosso contrato com ele, para poder manter a família com dignidade. Ele cumpriu integralmente o tratamento em todo esse período, foi sempre ajudado pelo clube, e a gente veio ajudando pagando um percentual pequeno do salário.”

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Por Explosão Tricolor

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