Quem casa quer casa!




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor



QUEM CASA QUER CASA!
Buenas, tricolada! Tenho percebido a avalanche de críticas ao Pedro Abad, sem razão, no meu conceito, pelo fato de ele fechar o compromisso de cogestão do Fluminense com o Flamengo pelo Maraca! Quero a Flusócio longe de Álvaro Chaves, não aguento mais o somatório de incapacidades que o nosso atual Presidente acumulou em quase três anos de gabinetes. Mas, como sempre apregoo, produzo as minhas opiniões baseado na justiça e na boa interpretação dos fatos. Ao menos tento.
Não sei se a maioria tem noção, mas já tivemos mais de um milhão em prejuízos somente nestes três meses e pouco de jogos no maior do mundo. Para um clube em estado falimentar, estes números são assustadores – e nada salutares!
A tal parceria vai aliviar bastante as nossas obrigações financeiras crescentes, que se acumulam impiedosamente no balancete mensal. E que acarretam a cadeia de calotes e bloqueios de verbas que o Fluminense vem aplicando e com que vem convivendo diuturnamente.
É evidente que o ideal seria termos o nosso próprio estádio. Ou que fechássemos um contrato nos moldes daquele feito com a Portuguesa, na Ilha do Governador, numa arena menos suntuosa. Ou mesmo que reformássemos as Laranjeiras. Mas nesta última passagem entram os contratempos legais. Os impedimentos ou dificuldades atenuam a baixa probabilidade de voltarmos ao nosso antigo e glorioso estádio. Tais como os trâmites ligados à Defesa Civil, à Associação de Moradores local, à engenharia de tráfego e outras demandas. Então, é aquilo, quem não tem cão, caça com gato – ou rato, pombo, tiziu…
Melhor a referida sociedade temporária, por seis meses, do que continuarmos desembolsando uma grana de que não dispomos. Além do alívio em nossas contas, teremos o prazer de ver a “vascalhada” fazer arakiri baiano, entrar na justiça, xingar, chorar, etc…
Vale aqui o velho jargão: quem casa quer casa!
Ainda assim, mesmo com todos estes pontos a favor, o Fluminense, por intermédio do seu mandatário, não poderia deixar de pisar na bola, né não? A nossa participação nesta nova concessão do Maracanã se dará somente na condição de integrante. Ou seja, não seremos um permissionário ou entidade licenciada, como o Flamengo, e sim um mero coadjuvante.
Esta celeuma trouxe à luz um novo/velho problema do nosso Tricolor: a falta da Certidão Negativa de Débitos – CND. Mais uma vez!
Segundo o Abad, o clube ainda está na fase de separar os recursos, e pagar outros impostos e demais dívidas. Por isto não “priorizou” a quitação dos compromissos inerentes à CND, não tendo, portanto, a capacidade civil e obrigatória de ponderar e negociar junto às instituições públicas.
Vale lembrar que em outubro de 2018, o Fluminense já havia contraído um empréstimo vultuoso, tendo como meta principal o pagamento das dívidas que o impediam de obter estas certidões. Porra, seis meses depois o Presidente dá as caras e vem a público para afirmar que clube ainda está na fase de levantamento de débitos e separação de recursos? Peralá! Pra variar, estamos convivendo insistentemente com este tipo de má gestão financeira – além de outras tantas.
Retomando o tema inicial, ter os rubro-negros ao lado – profissionalmente – não pode ser motivo para que muitos se sintam ofendidos. Milan e Inter de Milão são arquirrivais históricos e dividem um estádio há anos-luz – denominado San Ciro e Giuseppe Meazza, respectivamente, de acordo com os mandos de campo!
Não conheço a legalidade e as possibilidades de mudarem-se algumas diretrizes sociais e contratuais do velho Maracanã – ou o seu nome fantasia/razão social, mas seria interessante uma proposta inovadora aqui no Brasil. Como realmente ocorreu lá na Itália, com os clubes milaneses. Oras, que tal homenagearmos um torcedor histórico e atemporal da nossa trajetória? O escritor, cronista e intelectual Nélson Rodrigues!
Talvez nem todos conheçam esta narrativa, mas o também jornalista e escritor pernambucano Mário Filho era irmão do eterno tricolor Nélson. Rubro-negro roxo, ele teve o seu nome laureado com o batismo da gigante “arena de futebol” do bairro do Maracanã, em 1950, de “Estádio Jornalista Mário Filho”. A honra lhe foi concedida pelo seu apoio à construção e à expressão “Fla-Flu”, denominativa de um dos maiores clássico do planeta bola.
Seguindo uma linha idêntica à adotada pelos europeus do país da bota, que o estádio carioca receba tratamento e alcunhas semelhantes por aqui: Nélson Rodrigues, nos mandos de campo tricolores, e Mário Filho, quando os “inimigos” forem os mandantes. Simples assim!
Numa época de inimizades, brigas de bastidores, confrontos nos arredores dos estádios, desamores e outras dores mais, o Fluminense, ao lado do seu maior rival, estaria reforçando a sua conclamada fidalguia e dando exemplos para as gerações que se aconchegam agora para degustar o velho e violento esporte bretão!
Que os caras façam a parte deles e nós façamos a nossa. Ou seja, que lotemos o Maracanã daqui pra frente!
Fica a dica!
Saudações eternamente tricolores!
Rapidinhas:
– Nem sei se procede a notícia, mas Kelvin, não! Pelo amor de Deus!
– Um pouco controverso o discurso da nossa torcida: exigem patrocínios, mas não vão aos estádios. Numa boa, a conta não fecha!
– Esse menino Miguel Silveira, de 16 aninhos, é um meia bom de bola. Já está integrado, provisoriamente, ao elenco principal e vai assinar o seu primeiro contrato profissional. Tomara que vingue.
– Boa sorte, Coração Valente, na sua nova empreitada. Que a sua incursão pela política dê luz aos desportos tupiniquins!
– Plausíveis as explicações do Diniz por não rodar o elenco: implementação da nova filosofia de jogo. Necessidade de melhor entrosamento do onze titular. E pouco tempo de treinamentos, o que dificulta a possibilidade de TODOS do grupo apreenderem o sistema. Beleza, tudo fofinho e dentro dos conformes, mas teimosias e cismas com determinados jogadores eu não engulo.
– O Santinha é o nosso próximo adversário na Copa do Brasil. Permanece a nossa obrigação de passar às oitavas, mas os confrontos serão encardidos. Especialmente porque com o Fluminense de hoje tudo é mais difícil, mesmo.

Ricardo Timon