Vitória imprevisível pelas escolhas certas




Fred
Fred ajudou bastante o time na marcação (Foto: Fluminense FC)

Estimados leitores. Mais importante do que vencer o primeiro clássico no ano, assim como somar três pontos importantíssimos, é a visualização, em tempo hábil, do óbvio.

Hodiernamente não existe a retrógrada figura do “volante cão de guarda”, e sim, do primeiro homem de meio campo que, além de marcar, é aquele que tem que saber jogar futebol com qualidade, fazendo o meio campo girar, não podendo esse jogador se limitar a dar passes para o lado, para trás ou para ficar fazendo faltas para matar jogadas do adversário que, na maioria das vezes, dependendo de onde ocorrem, resultam em gols.

O Edson, no primeiro tempo do clássico vovô, jogou praticamente como terceiro homem, e em alguns momentos, até mesmo como quarto jogador de meio campo. O Cícero ficou um pouco mais recuado. O Pierre, isolado atrás, como se estivéssemos jogando com três zagueiros. Desperdício, como sempre, nos deixando com um a menos nas jogadas ofensivas. Mas ao menos tínhamos Scarpa e Richarlison, que eram o nosso desafogo

Havíamos perdido chances claras de gols, desde o primeiro minuto de jogo, numa cabeçada do Cícero; depois numa cabeçada do Henrique e, posteriormente, novamente com o Cícero, que finalizou por cima, após duas boas jogadas de bola parada. O balãozinho previsível do Scarpa deu lugar a cruzamentos perigosíssimos. Evoluímos bem nesse ponto. E o Scarpa também. Falta errar menos passes para virar um verdadeiro camisa 10.

Entrementes, com a lesão do Pierre aos 39 minutos da primeira etapa, o que poderia desencadear um segundo tempo previsível, como sempre acontece conosco, gerou o imprevisível, mas previsível se levado em consideração às consequências de deixar a mesmice.

Como assim? Explico. A imprevisibilidade, ao meu sentir, residiu na saída repentina do Pierre (absurdamente e inexplicavelmente insubstituível), mas que, por causa de uma “divina” lesão, suscitou a entrada do Douglas, um jogador mais técnico, habilidoso, ágil e veloz em relação ao primeiro, o que acabou por gerar um resultado mais do que previsível, como sempre vinha falando por aqui: uma evolução no meio campo, com rápida saída de bola e maior equilíbrio tático.

Poderíamos ter vencido o Botafogo por quatro a zero, sem exagero algum, se não fosse a tradicional incompetência nas nossas finalizações. Treino regenerativo que nada: se eu fosse o Levir Culpi, amanhã à partir das 9 horas todos os jogadores de meio campo e ataque iriam treinar passes e finalização até as 12 horas.

A entrada do Douglas equilibrou e muito o nosso meio de campo, nos deixando com mais mobilidade, velocidade e, principalmente, marcação sufocante, por zona e pressão.

Richarlison, Scarpa, Edson e até mesmo o Fred, quem diria, pressionando no primeiro combate. Cícero e Douglas no segundo, com auxílio do Jonathan que fecha muito bem tanto a lateral, quanto a meia direita. Resultado: Gum e Henrique na sobra, junto com Giovanni.

Compreenderam, estimados leitores? Esqueçam Edins, Diguins, Pierris, pois até o Jonathan faz melhor o papel de primeiro volante do que o Pierre, assim como o Scarpa e até mesmo o Cícero. Ou alguém aqui já viu o Elias, o Paulinho, o Leandro Donizette, o Rafael Carioca, o Henrique (Cruzeiro) o Sandro ficarem limitados a darem passes para o lado, para trás, sem terem participação ofensiva? É menos um para atacar, quando não se tem. Lembrem-se disso, galera.

Edson e Douglas em linha: sem essa de primeiro ou segundo volante, o que é obsoleto no futebol moderno. Cícero, Scarpa, Richarlison. Aturo até o Fred lá na frente. Não que o Douglas seja um craque, mas ele é infinitamente superior ao Pierre. Tanto é que tivemos uma falsa ilusão de que o Giovanni fez uma “partida consistente”. O time ficou equilibrado, com mobilidade; isso desafoga os laterais, e como.

E ao que parece, fez o Fred cansar menos, pois teve momentos no jogo que ele marcou como volante. Exijo e muito do Fred, e vou continuar assim, pois algo de muito estranho acontece: ou ele aguenta ou não aguenta marcar na saída de bola e a ajudar na marcação. Na partida de ontem ele conseguiu; contra o Palmeiras, não. Em alguns jogos sim, noutros não. Será que ele joga auxiliando os companheiros quando quer, ou será que um time com mais mobilidade o faz jogar assim?

Querem saber a resposta? Não escalem mais o Pierre, vamos pra cima do Galo com a formação do segundo tempo, e ver no que dá, pois não há confronto melhor para testar do que esse. E entendam que, em alguns momentos, ele deve ser substituído. Vejam o Richarlison: saiu morto de campo: marcou, defendeu, atacou e ainda jogou para o Fred. E justamente porque esse permaneceu em campo mortinho no final, quase levamos um gol de empate do Botafogo, justamente porque ele não retornou para ajudar o Scarpa.

Não persigo ninguém; só quero que o meu Fluminense seja imprevisível, e vença partidas como a de ontem, deixando o adversário cansado, sem reação e perdido em campo.

Vamos que vamos, pois tudo está tranquilo e favorável. ST

Rápida Triangulação:

– Essa é a segunda rodada sem roubalheira. Não poderia ser sempre assim? Vejam como está a classificação da série A; super equilibrado, muito embora o Futebol Brasileiro está nivelado por baixo. Mas nessa nivelação, se não houver interferência extra campo, poderemos vislumbrar uma bela competição até o fim do ano.

– Gostaria de ouvir melhor o que disse o Pedro Antônio em relação a questão das dificuldades de “se ter um estádio”. Ele se refere aos problemas de mercado para se adquirir um terreno para construção ou se referiu ao Estádio das Laranjeiras? Nada melhor do que ouvir uma opinião de um Engenheiro de escol como ele, sob o ponto de vista da construção civil, eis que, do ponto de vista jurídico, para quem interessar basta acessar o extenso levantamento que o Explosão Tricolor me disponibilizou fazer na coluna sobre “verdades e mentiras sobre o destombamento das Laranjeiras”.

– Diretoria, na janela de transferência de junho, por favor, tragam ao menos dois bons VOLANTES, pois sem Edson e com Douglas que, provavelmente, vai disputar as Olimpíadas, a coisa vai ficar ruim, pois não temos jogadores para a posição.

Marcos Túlio / Explosão Tricolor

Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

SEJA PARCEIRO DO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com