O intervalo do desespero…




banner_paulonenseAmigos Tricolores, vamos falar de Fluminense x Cruzeiro. E a lembrança de hoje é de uma grande virada…

Se o Fluminense conseguiu brincar com o perigo em 2009 e desafiar os matemáticos, indo realmente ao fundo do poço, aquele fundo de poço estava ali, naquele intervalo do jogo Cruzeiro x Fluminense, no Mineirão, no dia 1º de novembro de 2009.

Ali a coisa ficou realmente feia, parecia mesmo que não teria mais jeito. Se os matemáticos chegaram a atribuir apenas 1% de chances do Fluminense escapar da degola em algum momento, ali, naquele intervalo, certamente tivemos menos de meio por cento.

Senão, vejamos: o Fluminense estava naquela missão impossível, de ter que vencer 6 de 7 partidas, empatando a outra.

Ganhou a primeira, no Maracanã, aplicando 2 x 1 sobre o Atlético/MG. Partiu, então, no domingo, para o Mineirão, e o segundo adversário era o Cruzeiro. O melhor time do segundo turno, jogando em casa.

Ao começar o jogo o time tricolor mostrou que não estava muito bem. Logo aos 13, Jonathan, aquele lateral que jogou no Flu ano passado e está no Atlético/PR abriu o placar para o Cruzeiro.

Só dava Cruzeiro, e aos 25 Wellington Paulista perdeu um pênalti. Obviamente chutado para fora, pois Fernando Henrique não pegava pênalti de jeito nenhum.

Logo aos 30 Wellington Paulista redimiu-se e fez um golaço, deixando Gum sentado.

E aí foram várias chances de gols para eles, o Flu parecia entregue. Era de dar pena. Bola na trave e o escambau.

Apito final do primeiro tempo, 2 a 0 fora o baile e o pênalti perdido. Um massacre! O Cruzeiro era o melhor time do segundo turno, e ainda jogava em casa.

Amigos, aquele intervalo foi difícil para tricolor. Conheço histórias de vários que desligaram a TV e se recusaram a ver o segundo tempo. Eu vi o jogo todo!

Refleti bastante naquele intervalo. Invoquei João de Deus, pedi para sairmos daquela situação.

O Fluminense tinha que virar o jogo! Ou no mínimo empatar, mas aí não poderia nem empatar mais nenhuma.

Mas parece que o time voltou outro. O Cuca deve ter dado ânimo extra para a galera naquele vestiário. Logo aos 9 do segundo tempo, Gum chutou cruzado de pé direito, diminuindo.

Pouco depois Fred, aos 13, empatou de pé direito em bela jogada.

E em bela jogada de Maicon, aos 25, Fred aproveitou o passe e fez o terceiro, também de pé direito.

Em apenas 25 minutos o Flu virou inacreditavelmente um jogo em que parecia que seria goleado.

E o time soube suportar uma pressão e garantir a vitória, fundamental para a luta continuar.

Fred e Maicon jogaram muito! Lembro de poucas viradas tão retumbantes e importantes na História do Fluminense.

Já tive oportunidade de escrever nessa minha série de histórias que aquela arrancada representou muito mais do que uma escapada do rebaixamento. Ela valeu por dois Campeonatos Brasileiros, conforme os anos seguintes nos mostraram: 2010 e 2012.

Aquele time teve alma, brios, mas também teve uma torcida atuante que jogou junto e não desistiu jamais. E tudo ocorreu paralelamente a uma campanha decisiva na Copa Sul-Americana, com jogos bastante desgastantes, verdadeiras batalhas para o time de Guerreiros.

E querem saber de um último detalhe deste jogo? Como o Cruzeiro foi o vice-campeão em 2010, perdeu nessa virada de 2009 a chance de eliminar o Fluminense do Brasileirão 2010 e ganhar o título no ano seguinte…

Porque sabemos o final da história. Depois de passar pelo Cruzeiro o Flu venceu pelo Brasileiro o Palmeiras no Maracanã (1 x 0), o Atlético/PR no Maracanã (2 x 1), o Sport fora (3 x 0), o Vitória no Maracanã (4 x 0), para, finalmente, empatar na Batalha de Curitiba (1 x 1).

Isso sem falar na maratona, pois entre esses jogos foi passando na Sul-Americana por Universidad do Chile e Cerro Portenho, em jogos de ida e volta, e chegou à final contra a LDU, perdendo a primeira na altitude por 5 a 1 e vencendo a volta por 3 a 0. Ficou por muito pouco de ainda ganhar um título internacional.

Foi uma arrancada épica, salvadora, redentora…

Que todos lembram, e muitos que estão no sufoco dizem que se inspirarão naquela arrancada, mas ninguém consegue repetir o feito.

Era o FLUMINENSE!

Porque O IMPORTANTE É O SEGUINTE: SÓ DÁ NENSE!!!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor

Fred estava inspirado. Marcou dois e foi decisivo, e nem aquela frescurinha de não comemorar contra o Cruzeiro incomodou a galera tricolor.