Mensagem do presidente Mário Bittencourt publicada no balanço financeiro do Fluminense de 2023

Mensagem do presidente do Fluminense

Meus caros Tricolores,

Nosso 2023 foi um ano especial. Chegamos ao nosso objetivo de conquistar a América antes do que
imaginávamos quando começamos essa jornada, em meados de 2019. E não custa lembrar, tendo atravessado a mais grave crise humanitária da história mundial, com a pandemia que ceifou milhões de vidas e paralisou todas as atividades públicas. Vencemos os obstáculos, não apenas dentro de campo.

Olhar para as taças internacionais agora eternizadas em nossa história é ainda pouco para descrever os avanços obtidos. Entre eles, o equacionamento da grave situação institucional que encontramos no Fluminense e que nos comprometemos a reverter. Esse tem sido objeto do trabalho incansável de nossas equipes, nos últimos anos.

As demonstrações financeiras que apresentamos agora são uma materialização desse esforço. Elas mostram que o Fluminense conquistou a Conmebol Libertadores 2023, a Conmebol Recopa Sul-Americana e o bicampeonato Carioca sem renunciar a sua responsabilidade fiscal e sem se lançar em aventuras financeiras.

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Esta é a primeira conclusão que se extrai destas páginas.

Mas a melhor forma de contar essa história é mencionar seus principais capítulos. Este documento mostra que o lucro operacional saltou de 7 milhões de reais, no exercício anterior, para 78,7 milhões de reais registrados no último mês de dezembro. Tivemos melhora significativa de todos os indicadores.

Nosso programa de Sócio Futebol, que havia arrecadado 22 milhões de reais no exercício anterior, passou a pouco mais de 56 milhões em 2023. Elevamos nossa receita de patrocínio de 32 para 50 milhões de reais, conta que inclui as rubricas de licenciamento de produtos vendidos em nossas lojas e a venda de material esportivo. Nossa bilheteria arrecadou 32 milhões, enquanto, no ano anterior, havia arrecadado 21,5 milhões. E, por certo, tivemos aumento importante na rubrica de premiações, passando de 68 milhões de reais para 188 milhões de reais.

São números muito expressivos, que foram se construindo graças à organização de todas as áreas. Mas não se alcança conquistas continentais, como a que tivemos, sem ousadia e sem coragem. Essa foi a tônica da decisão de não vendermos jogadores essenciais, mesmo sabendo da importância de exercer a venda de atletas como uma importante linha de receitas de um clube de futebol. Mas o fizemos com extrema responsabilidade.

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Um dos principais fatores a permitir a preservação do elenco – e, portanto, a conquista da América – foi a bemsucedida operação de criação de um bloco comercial de venda de direitos de transmissão (embrião de uma futura liga de clubes). Veio daí boa parte dos recursos com os quais contamos para dar estabilidade ao caixa sem esquecer performance do time.

Uma prova deste compromisso com a estabilidade das contas é que conseguimos fechar o ano tendo todos as certidões de regularidade fiscal em dia, fato inédito nas últimas décadas de nossa história.

Graças a isso nos habilitamos no processo de disputa pela concessão do Maracanã e à obtenção de recursos financeiros através de mecanismos de incentivo fiscal.

Outra boa notícia é que nossos índices de liquidez e endividamento, que vinham melhorando ano a ano, tiveram um verdadeiro salto de qualidade neste exercício, o que reflete em parte as premiações obtidas com a conquista da Libertadores, por óbvio, mas também a austeridade com que vimos tratando nossos compromissos.

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Há ainda muito a caminhar para que o Fluminense alcance os níveis de estabilidade que desejamos.

Nossa dívida é alta e nossa receita tem que crescer ainda mais e de forma consistente. Estamos cientes que temos desafios esportivos e de reconstrução institucional à frente. Com responsabilidade, com ousadia e, não custa lembrar, com a certeza de que não existe objetivo que não consigamos alcançar quando o clube trabalha unido e em harmonia.

Saudações tricolores,

Mário Bittencourt

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