20, 30 ou 40? Uma eleição histórica para um futuro promissor do Fluminense!




Amigos Tricolores!

Amanhã teremos uma histórica eleição na vida do Fluminense Football Club.

Três candidatos e uma grande novidade: pela primeira vez o Sócio Torcedor terá direito a voto.

Acompanhei e votei em inúmeras eleições no Fluminense, em toda a minha vida de associado do clube.

Antigamente votava-se numa chapa de Conselho, que depois indicava o nome. Passamos depois à eleição direta, que foi um grande avanço, quando escolhíamos diretamente o candidato, que levava os 150 nomes fechados com ele para o Conselho Deliberativo, além de 50 suplentes.

Agora temos esta novidade: os torcedores votam também!

E muito mais do que a expectativa entre três nomes, Pedro Abad, Mário Bittencourt ou Celso Barros, o que mais incomoda é o momento tricolor no contexto histórico. É um momento muito importante de definições nos rumos do clube, internamente e nas relações externas, com patrocinadores, Federações, e até projeto internacional.

Antigamente a discussão maior era se devíamos priorizar o futebol ou a sede do clube. O jogo da bola ou as dependências para sócios?

Os boleiros chamavam os que não ligavam para o futebol de “piscineiros”, ironizavam também o grupo da sauna. Os que frequentavam as dependências do clube diziam que sem a sede bem, de nada adiantava um time forte. Muitos nem tricolores eram…

Eu nasci e cresci no Fluminense, já fui “piscineiro”, fiz vários esportes sem muito envolvimento, já joguei muita “pelada” até mesmo no campo de futebol, quando era permitido para sócios e o gramado era uma vergonha (eu tinha até um time de futebol de associados, o Delta Football Club, do qual eu era modestamente o artilheiro), joguei também muito no salão e depois na quadra central, que virou soçaite.

Aprendi a nadar com o professor Max, fiz tênis de mesa com o professor Walter, me destaquei um pouquinho no basquete, primeiro na escolinha do Alberto Bial, e depois passei para uma transição com o grande mestre professor Gleck. Fiz musculação, futebol de salão com o professor Lula…

Sempre ia deixando os esportes na medida em que rivalizavam com os estudos. Uma espécie de Preguinho fracassado.

Frequentei o “sorvete dançante”, discoteca que fez sucesso entre a juventude nos anos 70/80.

Fiz muitos amigos, algumas namoradas, conheci muita gente.

Devo destacar, porém, que eu era um assíduo frequentador do clube que também era apaixonado pelo futebol. E com o tempo meu lado torcedor do time que representava a instituição que amava superou minha disponibilidade de frequentar o clube.

Cresci pegando autógrafos de Rivellino, Edinho, Doval, Carlos Alberto Torres, Manfrini, Paulo César e tantos outros, numa época em que até conversávamos com os craques com facilidade.

Fiquei mais na paixão pelo futebol, frequentando arquibancadas (principalmente Laranjeiras, Maracanã e depois Engenhão). Vi muitos títulos do Fluzão. Vi a Máquina Tricolor campeã de 75/76 (em 1975 meu primeiro título nas arquibancadas), time do Tri de 83/84/85, os títulos Estaduais de 80, 95, 2002, 2005, 2012. A campanha maravilhosa da Libertadores 2008 (que injustiça!), com 7 jogos em casa e 7 vitórias incontestáveis (e fui nos sete!). A Copa do Brasil 2007 e os Brasileirões de 1984, 2010 e 2012! A Primeira Liga, em Juiz de Fora, este ano!

Nestas eleições de 2016 a discussão é muito mais profunda. Não há uma luta entre “boleiros” e “piscineiros”. Muito mais do que isso, discute-se de que forma o Fluminense vai se inserir neste momento do país que se apresenta, onde uma nova ordem determina o futuro e a sobrevivência das instituições.

Não dá nem para pensar mais em gestões temerárias, deixando o clube mergulhado em dívidas e salários atrasados. O momento apresenta duras punições a quem não gerir bem o clube. Sejam perdas de benefícios fiscais, seja a exclusão de programas em que o clube pode captar verbas para manter suas estruturas principalmente para a sede e os esportes amadores. Sejam pesadas penhoras on-line, um mecanismo processual moderno que evoluiu muito e que hoje não perdoa e não admite rolar dívidas indefinidamente.

Num futuro próximo nem mais disputar o campeonato poderá o clube devedor contumaz.

Os grandes patrocinadores estão cada vez mais exigentes, e não pensam mais simplesmente na visibilidade imediata, mas num contexto muito maior.

Nunca antes houve uma covardia tão grande nos critérios de divisão de verbas da emissora de TV nos campeonatos, com verdadeiras discrepâncias, num processo crescente da já tão falada espanholização do futebol brasileiro, onde há uma nítida tendência a priorizar vantagens para dois clubes do país.

Em todo este contexto, também não cabe mais uma arcaica estrutura de manter apenas um velho estádio que nem mais suporta jogos e um único gramado, onde os treinos diários castigam o piso a cada dia.

Neste ponto o Fluminense evoluiu, e a construção do moderno CT que ainda está em andamento colocou o clube em novo patamar, possibilitando rodízio de gramados, treinos fechados e futuramente até concentração dos atletas, com toda uma moderna estrutura acompanhando a equipe profissional.

A negociação para mandar jogos no Maracanã também está em pauta no momento, numa cidade em que há uma indefinição do modelo de gestão do estádio há muito tempo, um pobre Maracanã que foi alvo de tantas obras e desmandos, que agora a gente já tem a exata dimensão de que objetivos tinham, locupletando governantes com propinas vergonhosas.

Agora virou um monstro, caro, setorizado, de difícil operacionalidade, suntuoso, com luxos como quatro caríssimos telões, dentre outras modernidades desnecessárias e que transformaram o estádio num espaço inviável para jogos com menos de 40 mil pagantes.

Também o projeto da construção de um estádio próprio de médio porte, um sonho que não pode ser abandonado, apresenta-se como prioridade no atual contexto.

Fora muitos outros temas do momento, dentre eles a definição do papel do Fluminense no novo cenário do esporte amador, agora com verbas oficiais que devem ser aplicadas nas estruturas destes esportes; a relação do clube com a complicada Federação Estadual, relação esta bastante desgastada nos últimos anos; a definição do fornecedor de material esportivo, depois do fracassado relacionamento com a Dry World; manutenção e evolução do bom trabalho de base de Xerém, sem deixar a estrutura cair em qualidade; e até os rumos que serão dados ao Projeto Internacional STK Fluminense Samorin.

Tudo isso e muito mais dão contornos vitais para o clube às eleições de amanhã! Seja quem for o candidato vitorioso, será fundamental mergulhar com muita responsabilidade em todos estes temas, com muito interesse em cada detalhe, sem poder deixar nada de lado.

E, é claro, a primeira missão será reformular completamente o time do Fluminense, contratando com muita responsabilidade e inteligência e sabendo administrar os problemas no atual elenco, com jogadores caros e com contratos longos, o que efetivamente é um problema difícil de resolver de imediato.

Não dá para errar muito neste momento! Ter uma espécie de Conselho gestor para analisar carências do time e novas contratações é fundamental.  A decisão não pode ser de uma só pessoa! Cuidar com carinho da transição Xerém/Profissionais é imperativo!

Desejo toda a sorte do mundo aos três candidatos amanhã, e que os eleitores estejam iluminados para escolher realmente o que poderá atacar da melhor forma possível todas estas questões!

Não há tempo para erros! Que o vencedor, a partir da definição das apurações, comece a agir firme na representação do Fluminense com muita responsabilidade! Lembrando que nunca antes na História do Clube tantos eleitores terão participado de uma definição, o que aumenta a responsabilidade do vencedor.

Que a eleição seja na maior lisura e a disputa acirrada, mas sempre num bom nível, com a fidalguia e a disciplina tão propaladas no hino tricolor.

Uma cena que muito me emocionou foi o discurso do derrotado candidato Deley em 2013, quando reuniu os associados presentes após o resultado, parabenizou o Presidente eleito e destacou sua emoção de participar daquele processo, desejando toda sorte ao vencedor do pleito. (Vejam na foto abaixo, onde inclusive apareço.)

E se não for um sonho ingênuo de um Tricolor Apaixonado, que os perdedores contribuam também de alguma forma na gestão vencedora. O Fluminense precisa de todos os Tricolores para ser cada vez mais forte!

Seja quem for o vencedor eu, Paulo Nense,  já assumo meu apoio, juntamente com o Explosão Tricolor, que vem fazendo uma espetacular cobertura isenta da disputa, num trabalho muito bom do Vinicius Toledo. Estaremos firmes, jogando junto, apoiando, divulgando, aplaudindo e cobrando com responsabilidade no interesse do sucesso da gestão.

Afinal, um Fluminense Vencedor e em constante Evolução é tudo o que queremos!

Porque O FLUMINENSE SOMOS TODOS NÓS!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor

O célebre discurso de Deley após a derrota na urnas em 2013. Estou ali, na foto, bem em cima do boné branco, e me emocionei naquele dia.