Roger Machado, Pedro Abad e mais uma derrota




Eleições no fim de semana, Pedro Abad eleito e manutenção do poder de Peter Siemsen no Flu. Alguns anúncios realizados, outros por fazer e uma vontade já expressada: Roger Machado no comando do Flu. Sendo assim, cabe a nós, que escrevemos para a torcida mais exigente do país, tentar descrever um pouco sobre o novo objeto de desejo do Presidente eleito.

Roger Machado é daquela nova safra de treinadores que se dizem “estudiosos”.  Possui cursos na Europa e tentou implementar no Grêmio, seu último clube, uma nova forma de jogar. E conseguiu. Volantes e zagueiros que saem pro jogo e atacantes sem posição fixa. Estilo Guardiola em terras gaúchas.

No início, Roger Machado foi quase uma unanimidade no sul do país. Com bons resultados em campo e um bom futebol apresentado, ele logo caiu nas graças da torcida, até porque, enquanto jogador, foi cria da casa.

Contudo, com as derrotas e a má campanha que desenvolveu no Brasileirão, o treinador passou a ser muito criticado exatamente naquilo que ele oferecia de melhor: o estudo do jogo. Roger passou a ser questionado em diversos pontos, sendo que a torcida gremista passou a dizer que ele não treinava bola parada, que a defesa não era ajustada para este tipo de jogada, que ele mantinha um ar de autossuficiência e que o time se conformava facilmente com as dificuldades.

Segundo a crítica especializada do Rio Grande, a marcação dele na bola parada era por zona, o que permitia a livre movimentação dos jogadores adversários; o time não tinha característica de fazer gol pelo alto, principalmente nos tiros de canto; e ele se mantinha como um treinador que “sabia de tudo” o que estava ocorrendo, quando, na verdade, faltava-lhe humildade pra reconhecer os erros que todos temos.

Mas, sem dúvida, a grande crítica a Roger Machado é quanto à vontade do time em campo. Era nítida a apatia da equipe diante de um adversário que se impunha em campo. Quando o resultado era adverso então, quase sempre a derrota era certa, dizem os analistas gaúchos. Virada quase nunca ocorria. Ou seja, faltava ao Grêmio de Roger exatamente aquilo que notabilizou o clube dos pampas: a vontade de vencer.

E foi isso o que fez Renato Gaúcho quando assumiu o Grêmio. Logo implantou no time uma vontade de jogar e de ga05nhar que não se via com Roger Machado. Este é estudioso, porém, burocrático. Renato é puro coração e energia. Ele carregou e carrega consigo a vontade insaciável pela vitória que é a mesma que tinha quando estava nas quatro linhas.

E o que tem isso com a eleição de Pedro Abad. Absolutamente tudo. Basta olharmos para as entrevistas do novo Presidente que percebemos que ele pode ser inteligente, estudioso e perspicaz, mas não tem sangue nos olhos. E isso passa para os jogadores em campo e para a torcida na arquibancada. Caso Roger seja contratado (há rumores de que o Palmeiras quer contratá-lo, se Cuca for mesmo para a China), na verdade será uma sequência em campo da forma com a qual Pedro Abad se portará na cartolagem.

Definitivamente sou favorável aos treinadores estudiosos no futebol. Basta vermos que Tite tirou o chamado “ano sabático”, estudando com técnicos de renome como Guardiola e Ancellotti e, quando voltou, foi campeão brasileiro com o Corinthians e é a nova vedete da seleção brasileira. Brilha mais que Neymar. Mas, ao contrário de Roger, Tite tem um brilho no olhar próprio dos grandes vencedores. O ex-treinador do Grêmio não tem.

A torcida tricolor quer alguém com a capacidade de Roger e com a vontade que contagia quem tá dentro e fora de campo. Não bastam fórmulas mágicas. Tem que ter raça, coração e transpiração.

Talvez Roger consiga atingir este patamar algum dia. Mas, por ora, ainda é muito burocrático e autossuficiente, não transmitindo para a galera a paixão própria que move o futebol. Conceito de futebol e jogo coletivo não ganham sozinhos. Para levantar a taça, é preciso o desejo de ganhá-la.

Ah! O título do texto fala de mais uma derrota. Infelizmente virou rotina. Mas, como bom tricolor, temos que confiar no amanhã, apesar de não ser tão promissor como foi pregado.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Caricatura de time. Falta tudo no elenco. Nada dá certo porque não tem quem faça dar certo. Horrível!
  1. As eleições passaram. Festa da democracia e sem qualquer informação de maiores sobressaltos. Agora é hora de trabalhar.
  1. Só tem uma coisa que vai deixar a torcida tricolor feliz neste fim de ano: a barca que já foi anunciada. Façamos as apostas. Mas, por minha vontade, podem ir os laterais, os zagueiros, o Cícero, o Pierre e boa parte dos atacantes. Henrique Dourado não dá mais.
  1. O que esperar de 2017? Honestamente, não sei. Mas, como não sou de ficar em cima do muro, vou arriscar: vai ser igual 2016. Lamentável, mas não vejo expectativa de mudanças.

5. Pra não dizer que sou pessimista, acho que Gustavo Scarpa deslancha de vez em 2017. Pena que não acredito em sua manutenção no elenco.    

Evandro Ventura / Explosão Tricolor 

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