Feliz 2016?




Torcida Tricolor (Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor)
Torcida Tricolor (Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor)

Ufa!!! Enfim podemos pensar exclusivamente em 2016!

E o sentimento é exatamente este: alívio.

Ao contrário do nosso vice-presidente de futebol, não dá para considerar positivo um ano em que fomos eliminados precocemente de todos os campeonatos que disputamos, e que só escapamos do rebaixamento na antepenúltima rodada do campeonato brasileiro.

Assim como, quem conhece o tamanho do Fluminense, não pode considerar como positivo um triênio em que fomos quase rebaixados em 2013 (salvos pela mulambada e seu lusagate), passamos por inúmeros vexames em 2014 (América de Natal, Chapecoense, etc), e fomos os piores colocados do returno em 2015 (com apenas 13 pontos ganhos, em 51 disputados). 3 anos sem títulos, e com muitos motivos para nos envergonharmos.

E o que podemos esperar de 2016? Será que a diretoria aprendeu com os erros dos últimos anos? Bem, a meu ver, infelizmente parece que não.

Vamos começar pelo treinador. Infelizmente, Eduardo Batista não parece ter acertado a mão no comando do time até o momento. A equipe segue com problemas táticos, lenta, sem muita mobilidade, e pouco incisiva no ataque. Além disso, a nossa defesa segue desprotegida. Basta lembrarmos que, apesar do resultado positivo de domingo, fomos acuados pelo péssimo time do Avaí durante a primeira metade do segundo tempo, e só não sofremos o gol de empate em virtude da incapacidade técnica do adversário.

A meu ver, se o Fluminense pensa em adotar a política de uma baixa folha salarial para o ano que vem, que é o que tudo indica que vai acontecer, ao menos com relação ao treinador precisávamos abrir os cofres, e trazer alguém de referência para os garotos da equipe.

Se o elenco não é o ideal, um bom treinador ainda é capaz de fazer muita diferença, especialmente no atual nível do futebol brasileiro.

Manter o Eduardo Batista, é apostar num modelo que não vem dando certo desde 2014. Mas pelo visto, vamos com ele mesmo em 2016, então vamos passar a outro ponto, que é a formação do elenco.

Neste quesito, foram muitos erros que cometemos este ano, e que poderão fazer novamente a diferença para baixo em 2016.

Em primeiro lugar, um time com o orçamento limitado que tem o Fluminense, não se pode dar ao luxo de errar tanto em contratações. Só este ano, foram inúmeros equívocos: Marlone, Renato, Lucas Gomes, João Filipe, Victor Oliveira, Guilherme Santos, Breno Lopes, Antônio Carlos, Magno Alves, Wellington Paulista, Oswaldo, Ronaldinho Gaúcho. Mais de um time inteiro de contratações equivocadas.

Quanto dinheiro o Fluminense gastou com todos estes jogadores? Certamente, se nenhum destes tivesse chegado, talvez pudéssemos ter contratado uns dois jogadores de melhor nível, e que poderiam ter ajudado a suprir as reais carências do elenco.

Vamos apostar realmente em Xerém? Então precisamos pensar urgentemente em planos de carreira para os jogadores que se destacarem. Senão entraremos num círculo vicioso do qual será difícil de sair.

Pouco dinheiro em caixa, aposta em contratações de risco e baixo custo, utilização dos garotos da base, venda dos garotos para fazer caixa antes de darem retorno técnico no profissional, utilização do dinheiro para quitar dívidas do elenco. Desta forma, nunca teremos um time competitivo.

E com pouco dinheiro em caixa, as contratações precisam ser mais certeiras do que foram este ano. Pra trazer uma baranga qualquer, então que apostemos nos garotos, que serão mais baratos, e terão mais condições de trazer retorno técnico e financeiro no futuro.

É melhor trazer de 2 a 4 jogadores, que cheguem para ser titulares, do que 11 que não servem para nada.

E este é exatamente meu grande receio para 2016. Não vejo no Fluminense de hoje, uma aceitação crítica do que deu errado nos últimos anos, e um projeto para formar um elenco melhor na próxima temporada. Muito pelo contrário.

As notícias que temos por enquanto são da manutenção do treinador “aposta”, da possível saída de alguns jogadores experientes do elenco, da persistência na atual política de contratações, da possível venda de promessas que deram certo este ano, e de mais um ano com receitas escassas, e com o caixa operando no limite, “quiçá” no vermelho.

Admiro a tentativa da diretoria em tentar arrumar as finanças do clube, que realmente é essencial para o nosso futuro. Mas sinto falta de uma política mais ousada com relação ao nosso carro chefe, que é o futebol.

Frise- se que, por “política mais ousada”, não quero dizer endividamento irresponsável do clube, mas sim uma maior criatividade na obtenção de receitas, que nos permitam a montagem de uma equipe mais competitiva. Ou, se não existir o dinheiro, uma maior competência na escolha dos poucos reforços possíveis de serem contratados.

Um clube grande se alimenta de títulos. E que me desculpem os mais otimistas, mas não me parece que esta seja uma prioridade da nossa diretoria para o próximo ano.

Espero estar errado.

Abs,

Alan Petersen

Twitter: @paminongas