Fluminense tem baixa média de público após o título carioca; diretoria entende parte da rejeição como um fenômeno político






A imagem ficou feia na TV, quase tão desagradável quanto o futebol do Fluminense no empate em 0 a 0 com o Unión Santa Fe, pela Sul-Americana. As câmeras que filmaram os jogadores pegaram também o setor leste do Maracanã completamente vazio, como se o jogo de terça-feira ocorresse em 2020, no auge da pandemia, quando torcedores estiveram proibidos de frequentar estádios.

Os tricolores estão liberados para ir. Não vão aos jogos porque não querem e escancaram o atual distanciamento entre diretoria, departamento de futebol e a arquibancada. Nem mesmo o título carioca, conquistado sobre o Flamengo, foi capaz de reverter isso. A média de pagantes nos cinco jogos seguintes como mandante é de apenas 14 mil. Ontem, foram pouco mais de 10 mil pagantes.

O torcedor do Fluminense tem ido menos aos jogos do time este ano do que em 2019, última temporada pré-pandemia. De acordo com levantamento do ge, a média de tricolores nos jogos da Sul-Americana de 2019 foi de 30.165. No Brasileiro, 20.209.

Segundo o jornalista Bruno Marinho, do Globo, a diretoria acompanha o cenário. Internamente, entende parte da rejeição atual dos torcedores como um fenômeno político — o tricolor terá eleição no segundo semestre. O presidente Mário Bittencourt deverá tentar emendar um novo mandato à frente do clube.

Dois pontos de virada na relação foram a divulgação da transferência do atacante Luiz Henrique para o Bétis-ESP e a eliminação antes do começo da fase de grupos da Libertadores. No jogo contra o Olimpia-PAR, decisivo para os tricolores, 30.531 pagaram ingressos no Nilton Santos.

A redução do valor dos ingressos não é considerada uma alternativa para tentar atrair o torcedor. Experiências anteriores dizem à atual gestão que preços mais baratos não afetam na presença da torcida. Além disso, o valor do ingresso mais barato para o torcedor não sócio, R$ 60, está mais em conta do que o equivalente rubro-negro (R$ 110) e no mesmo preço que o vascaíno. A entrada mais barata para o torcedor do Botafogo não sócio custa R$ 40.

Prejuízo financeiro

A baixa presença de público afeta diretamente uma fonte de renda que poderia ser importante para o caixa tricolor. Os dividendos com bilheteria têm sido pequenos. Na partida contra o Vila Nova, pela Copa do Brasil, foram apenas 9.175 pagantes. De acordo com o borderô do jogo, o resultado da partida foi um prejuízo para o Fluminense no valor de R$ 416.071,00.

Questionado a respeito das seguidas perdas que constam nos documentos financeiros dos jogos, o Fluminense afirma que os números não refletem exatamente a realidade por não contarem com a receita proveniente do consumo de alimentos e bebidas no estádio em dias de jogos e mais o valor que o clube arrecada com o sócio torcedor, que na sua maioria paga as mensalidades para ter o benefício do ingresso para jogos.

Além disso, afirma que administrar o Maracanã não causa prejuízo graças a outras receitas geradas pelo estádio, como patrocínios.

A próxima partida do Flu diante de sua torcida será contra o Junior Barranquilla-COL, pela Sul-Americana, dia 4. Antes, enfrentará o Coritiba, no Couto Pereira, pelo Brasileiro. A ver como o desempenho da equipe treinada por Abel Braga vai afetar o humor dos tricolores para o jogo internacional.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: O Globo

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