Orgulho!






Buenas, tricolada! Há tempos não sinto tanto orgulho de ser tricolor roxo! Numa boa, nem na época da UNIMED eu respirava esse regozijante prazer de assistir ao Flu jogar bola! Claro, né? Time cheio de craques, aporte financeiro milionário, peças de reposição, ídolos… Ficava mais fácil!
A nossa equipe hoje é impressionante! Não tem Cruzeiro, Grêmio, Flamengo ou outra agremiação qualquer que nos imponha temores. Partimos pra dentro. Jogamos de igual pra igual. Os caras do lado de lá fazem cera, amarram o jogo, assustam-se etc etc etc. Sofremos com alguns contra-ataques? Óbvio! Mas um onze que não se intimida e busca o resultado, sempre causa apreensão nos adversários! Se os malandros não de cuidarem, tomam piaba mesmo!
Aí vêm uns boco-mocos pedir a cabeça do Fernando Diniz! Porra, recondicionem as suas mentes tacanhas e “abelescas”, e enxerguem o futebol na sua essência, na sua interminável magia! Ah, vivemos de resultados, ganhamos somente um clássico no ano… – muito provavelmente vaticinariam os idiotas da objetividade (ave, Nélson!)! Caramba, isso é terceiromundista demais! É cultural? Tá, mas cultura tem limites! O Fluminense não encara NINGUÉM olhando no olho há uns cinco anos! Ainda mais os “poderosos”!
Cacete, um elenco com dez anos de salários atrasados, o clube vivendo uma instabilidade política absurda, com 888 desfalques, a nossa galera aturando jogadores que até “ontem” não eram confiáveis, duelando contra uma equipe cantada em verso e prosa por TODOS, e a gente vai e bate de frente com eles, cria mais, perde gols, tem mais posse de bola, é melhor, e o destaque do confronto é o goleiro Diego Alves… Na real, repaginem-se! Revejam conceitos!
O 0x0 diante do eterno rival Flamengo foi de uma injustiça sem tamanho! Beleza, sabemos que futebol é bola na rede, mas tivemos atuações similares – ou melhores – anteriormente e fomos castigados. Contra o milionário time da Gávea ao menos arrancamos um pontinho! Satisfeito? Eu? Nem a pau! Trata-se apenas de um desabafo!
Meu amigo Paulo me disse, certa vez: se o Diniz fizer o Julião jogar bola, que erga-se uma estátua para o treinador! Pois é, podem começar a idealizar essa escultura! OK! O lateral-direito equivocou-se em alguns cruzamentos, mas não foi a avenida Gilberto que ultimamente acostumamo-nos a ver. Teve até alguns eventuais problemas defensivos, mas o lado esquerdo do ataque rubro-negro é o seu ponto mais forte. Compreensível. Apoiou bastante, apresentou-se, rabiscou o bom marcador Renê em duas oportunidades, mas caiu de produção no segundo tempo. Nada anormal. Contudo, o conjunto da obra foi bem honesto!
E o Frazan? Alguém apostaria R$0,50 em uma atuação segura do zagueirão? Eu, jamais! O moleque foi impecável! O próprio Yuri, improvisado, depois de uma furada bisonha no comecinho da peleja, redimiu-se e fez bela apresentação. Guardando proporções, lembrou o nosso “Maldini” Ferraz na saída de jogo!
Agenor realizou duas boas defesas, não titubeou como de costume nas saídas de gol e mostrou-se seguro. No entanto, ainda acho que ele não é goleiro pro Flu! Talvez tenha errado em uma ou duas jogadas com os pés, mas este fato não comprometeu a sua boa performance.
O PH Ganso por vezes parece sonolento, desatento, mas o cara é quase imprescindível. Ele clareia as jogadas, acha companheiros desmarcados, tenta verticalizar, mesmo faltando-lhe precisão, em certas ocasiões. Ele até “quebra” o dinamismo da meiúca, eventualmente, mas o seu toque de categoria é necessário! E neste embate com o Fla, o camarada correu mais do que em toda a sua carreira! Além disto, bateu pro gol em inúmeras oportunidades, de fora da área, o que não vinha fazendo desde que chegou no Laranjal.
O ataque teve lampejos, mas não foi tão efetivo diante da boa marcação do “inimigo”. O Luciano tentou chutes de média distância e obrigou o arqueiro adversário a trabalhar. Ele foi bem, a meu ver. Entretanto, já o vimos em melhores dias, neste 2019.
Jotapê esteve muito marcado. Se pararmos para rever o clássico, observaremos uma constante: ele sempre tinha alguém na sua cola e um ou dois na sobra, na marcação. Sim, porque se o garoto tiver chances, ele guarda, Vacilou no finalzinho da contenda, quando bateu mal pro gol uma bola açucarada, mas creio que lhe faltaram pernas. Oras, ele tem muuuuuito crédito, como escrevi aqui na coluna anterior.
Brenner esteve tímido, mesmo dedicando-se ao extremo, recompondo defensivamente e tentando algumas investidas pelo lado esquerdo de ataque. Mas fez uma estreia mais convincente, contra o Cruzeiro! Marcos Paulo deu mais movimentação ao substituí-lo, no intervalo. Ademais, obrigou o Diego Alves a esticar-se todo, numa batida da entrada da área, no ângulo. Acho que o menino está conquistando o seu espaço, tanto assim que o Flu solicitou a sua liberação da Seleção Portuguesa, a pedido do Diniz.
Deixei propositalmente para o final a minha avaliação sobre três jogadores: Allan, Daniel e Caio Henrique. Nesta ordem! FORAM MONTROS! Não é exagero! Atenho-me ao estilo jogo praticado por aqui e à qualidade técnica atletas brasileiros, portanto, eles foram monstros, de fato.
O Allan hoje é aquele cara que transformar-se-á no nosso maior desfalque, caso não jogue. Somos outro Fluminense, com ele em campo! É chover no molhado, esta minha palhinha! Todos devem estar reparando neste detalhe. E o balãozinho no Gabigol? QUE JOGADOR DE FUTEBOL! Moderno, proativo, participativo, polivalente… Comprá-lo seria uma bola dentraço!
Daniel deve estar calando a muitos. Ao menos a mim ele está. Tem jogado com maestria, conduzido o nosso meio com talento e clarividência. Ele deu uma enfiada de bola pro João Pedro, no Fla-Flu, a la Riva! A la Didi! A la Deco! Grata surpresa! Salve, Fernando Diniz!
O Caio Henrique é o motorzinho da nossa equipe. O cara é onipresente! Só falta ele cruzar uma bola da esquerda e correr pra área pro cabeceio! Mesmo improvisado, o moleque é sensacional. Ele participou de quase todas as nossas jogadas, na cozinha e na frente.
Diniz, mermão, PARABÉNS! Você está resgatando a aura tricolor mesmo não tendo um timaço em mãos. Se você trabalhasse com as nossas equipes das décadas de 70 e 80, e com o Flu da era UNIMED, decerto já estaria com o seu nome gravado nos alfarrábios da história de Álvaro Chaves. Talvez até mesmo do futebol tupiniquim.
Em suma, tricolada, vamos olhar mais o trabalho do que os resultados. Ganhar é ótimo! É fundamental! Dá confiança! Coloca as equipes num patamar mais sólido! Mas a magnitude do futebol reside nos detalhes e na essência do jogo, em seu formato mais lapidado. O técnico tricolor talhou o nosso diamante bruto, e somente não enxergam os cegos e os que ruminam a má vontade.
O Abad já saiu, meu povo. A Flusócio é passado. Então, que o Fluminense Football Club reencontre os seus torcedores e o time receba o abraço merecido ante as suas renovadas atmosferas e atuações – de clube grande. Porque somos grandes, mesmo. Enormes. Gigantescos. Por mais que nas últimas primaveras alguns tenham se esmerado em macular a nossa biografia.
Até a próxima!
Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon