Um Fluminense sem identidade




O time ainda procura uma identidade (Foto: Nelson Perez / Fluminense FC)
O time ainda procura uma identidade (Foto: Nelson Perez / Fluminense FC)

Não me interessa neste momento o resultado do jogo contra a Ferroviária, em Araraquara. Na última quarta, o time do Fluminense confirmou tudo o que penso sobre ele. Não se iludam, tricolores! Se na partida contra o Atlético-PR fiquei com a pulga atrás da orelha, a partida contra o Botafogo me despertou. Tem muita coisa errada aí. A Ferroviária parecia o Atlético de Madrid diante de um Fluminense sonso.

Esse é o verdadeiro Fluminense. Esse é o Fluminense de Eduardo Baptista, de Levir Culpi, de Peter Siemsen. E será assim enquanto a base não for mexida. Não adianta ter um técnico de peso se não tiver coragem. Colocar os veteranos no time titular foi uma tentativa de se blindar que deu certo contra os pequenos cariocas e contra um Atlético-PR devastado por Cristóvão Borges. Ah! Contra o poderoso Tombense com time misto também.

O Fluminense da última quarta-feira nos desrespeitou. Assim como na semifinal do Euricão contra o Botafogo. A apatia que esse time demonstrou nestes dois últimos jogos muito tem a ver com a briga entre o Levir e Fred. Sabemos que alguns jogadores do nosso elenco entram em “modo de descanso” de vez em quando. Quem cobrava esses caras? Fred. Agora ninguém cobra ninguém dentro do campo.

Quem não viu o jogo deve estar achando ácido demais esse texto. Não é. Fluminense é muito superior tecnicamente a Ferroviária, porém nos primeiros minutos, o modesto time do interior paulista mandou no jogo, sufocando nossa saída de bola. A diferença deles para o Botafogo é que eles atacam em bloco. Foi um “Deus nos acuda”. Não conseguiram o gol de início mesmo jogando melhor que o Fluminense. Achamos dois gols e o goleiro deles foi expulso quando o placar marcava 2 a 0 para o Fluminense. Jogo resolvido. Só que não.

Não porque o Fluminense que temos hoje não tem ambição. Não tem identidade. Jogadores que batem ponto no clube independentemente de sua motivação. Não pensam na vergonha do torcedor. Não têm mais receio. Emplacarão uma boa sequência até que esqueçamos essa partida. E quando estivermos bem confiantes virá uma nova desilusão.

Além do que já foi exposto, tem outro problema. Qual é a proposta de jogo do Fluminense?

Com os outros técnicos e com o mesmo tempo de trabalho, já sabíamos qual era a proposta de jogo do Fluminense. Seja com Enderson Moreira, Cristóvão Borges ou Eduardo Baptista. Propostas de jogo até parecidas, por sinal. Agora não sabemos o que esperar do Fluminense. Investimos pesado em um técnico de ponta. Não pode entregar o mesmo que os outros.

Levir talvez tenha percebido agora, que mudar de direção é preciso.

Tabelinha:

1- Vi o Real Madrid controlar o jogo com um triângulo no meio de campo com Kroos, Modric e Isco. Mais tarde, vejo a versão tricolor com Pierre, Cícero e Gerson. É de chorar.

2- Marlon e Renato Chaves devem estar em depressão vendo Gum e Henrique na zaga.

3- Cavalieri merecendo um banco de reservas neste momento.

4- Fred ficou tão feliz com os dois gols feitos que esqueceu de marcar o zagueiro da Ferroviária no primeiro gol deles. Tem que ficar atento, Fred!

5- Pior que o desempenho do time só a entrevista do Levir. “A Copa do Brasil tem isso, jogos decisivos, todos dão 100%. Foi jogo muito esquisito, ninguém previa uma coisa dessas, e por isso a Copa do Brasil é interessante. Não tivemos regularidade na nossa pegada, algo inexplicável, além do bom jogo da Ferroviária. É até difícil explicar esse 3 a 3, ficou pior para nós do que para eles”. Leia a coluna, Levir!

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

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