Em evento nas Laranjeiras, Fluminense e mais três clubes da Série A propõem medida para cumprimento do fair-play financeiro
Em evento realizado no Salão Nobre das Laranjeiras, os presidentes de Fluminense (Mário Bittencourt), Internacional (Alessandro Barcellos) e Flamengo (Luiz Eduardo Baptista), além do CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, debateram sobre o fair play financeiro. Durante o debate, o ponto alto foi a proposta de combate aos clubes mal pagadores. Os quarteto aprovou a ideia.
– A Fifa já controla os pagamentos. Mas tem uma solução simples: não pagou, não pode jogar. Se comprou o jogador e não pagou, não joga. Basta o clube notificar por e-mail. Se você tirá-lo da rodada, você já volta a ter o equilíbrio competitivo. Não precisa ter transferban, é só impedir quem não pagou de jogar. Automaticamente, ele (clube) vai parar de contratar. Isso pode ser implementado numa reunião de Conselho Técnico – disse Mário Bittencourt.
Durante o painel, o Corinthians foi citado duas vezes como exemplo de falta de pagamentos. Primeiro, uma eliminação do Fortaleza foi lembrada, com a ponderação de que “o Leão estava em dia, enquanto o adversário, não”. Depois, foi citado que o Fluminense competia com os paulistas contra o rebaixamento no Brasileirão de 2024. Porém, na janela de meio de ano, o Alvinegro contratou três vezes mais e se classificou para a Libertadores. Porém, os compromissos não foram honrados.
Presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista foi o primeiro a mencionar o advento das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) no Brasil. Sem citar nomes, afirmou que a transformação não é sinônimo de solução dos problemas, tendo em vistas que “há donos que seguem sem honrar com os pagamentos” e os empurram para o fim da fila de prioridades.
– Sugestão do Mário é boa, simples, fácil e rápida de implementar. Mas entendo que com o tempo deva haver punições esportivas de perda de pontos. Tem SAFs, clubes de tamanhos diferentes… […] “Ah, mas clube virando SAF vai pagar tudo”. Tem clubes reconhecidamente fortes hoje em dia que viraram SAF e não pagam ninguém. Onde não houver sanção, não acredito que haverá solução, pelo menos nesse aspecto – afirmou o mandatário rubro-negro.
Presidente do Internacional, Alessandro Barcelos questionou qual órgão poderia controlar o fair play financeiro no Brasil. Vale destacar que o debate aconteceu um dia após Ednaldo Rodrigues ser retirado da presidência da CBF através da Justiça. A opinião foi corroborada posteriormente por Marcelo Paz.
– Vamos montar um fair play financeiro, mas precisa ter um controlador. Vai ser essa CBF que está aí? A CBF ou será quem? Nós vamos ter capacidade de construir uma liga que terá instrumentos para controlar o fair play financeiro? Concordo com todas as reflexões. Acho que o fair play financeiro não pode ser algo limitador. Espero que ele tenha o processo completa, que envolva todas as questões que envolvem o futebol. Nós temos dívidas de atletas que nem estão mais aqui. Contas a pagar que muitas vezes são menores do que contas a receber – destacou o presidente do Internacional.


