Começo de trabalho no Flu, pretensões no Brasileirão, novos reforços, saída de jogadores e muito mais; veja a íntegra da entrevista de Marcelo Oliveira






Treinador falou de vários temas importantes

O novo técnico do Fluminense, Marcelo Oliveira, concedeu uma longa entrevista ao portal Globo Esporte. O comandante tricolor falou sobre crise financeira e politica do clube das Laranjeiras, possível saída de jogadores, novos reforços, pretensões no Brasileirão, esquema com três zagueiros, importância de Pedro e muito mais. Confira a íntegra abaixo:

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Começo de trabalho no Fluminense 

Marcelo Oliveira: Os primeiros treinos foram de conhecimento, observar o comportamento técnico e físico dos atletas. Nos treinos físicos usamos muita bola. Fizemos pelo menos quatro treinamentos de posicionamento, confronto defesa x ataque, equipe defendendo, equipe atacante, para que eu possa já ir moldando a equipe que vai jogar contra o Vasco da Gama (no dia 19 de julho). Vi uma coisa que é fundamental, que é a vontade de acertar, a disponibilidade para se posicionar, para retomar a bola, para tentar jogar. Aos poucos a gente vai moldando o time. Tem que primar pelo equilíbrio. Houve essa inconstância nesses últimos jogos e vamos trabalhar em cima desse ponto.

Pretensões no Brasileirão

Marcelo Oliveira: O primeiro passo é se afastar da parte de baixo. Neste momento do campeonato as coisas estão meio emboladas, então uma sequência de vitórias te leva para cima. E o Fluminense não pode entrar em um Campeonato Brasileiro pensando só em Libertadores, em participar. O Fluminense não pode só participar. Neste momento, temos que pensar no melhor, que é o título. E há tempo suficiente para essa recuperação e para brigar em cima. Não sendo assim, pelo menos a Libertadores. O Fluminense foi campeão não tem muito tempo, duas vezes, em 2010 e 2012. É um time vencedor, acostumado a essas grandes competições.

Função de Junior Sornoza 

Marcelo Oliveira: Eu gosto de jogar com jogadores hábeis, que armem o time, que tenham uma jogada diferente, uma jogada individual. Vimos na Copa do Mundo que os times estão jogando muito fechados. Os jogos estão cada vez com menos espaços, com marcações mais acirradas. Então esse tipo de jogador ele é importante. Para uma jogada individual, para uma tabela, para uma enfiada de bola. Temos três jogadores que poderiam fazer essa função, e o Sornoza é o principal deles. Mas temos o Robinho, que pode jogar por dentro também, e o Luquinhas, que está treinando muito bem. Certamente neste início de trabalho, nesses primeiros jogos, o Sornoza vai cumprir essa função. O importante é que todos os jogadores tenham obrigações também defensivas quando a gente perder a bola, para que possamos ter essa bola para jogar.




Utilização de Airton

Marcelo Oliveira: Eu gosto muito do Airton, acompanho a carreira dele há muito tempo. Só temos que ter cuidado porque ele está há algum tempo sem jogar, veio de uma contusão séria, está retomando o condicionamento e ritmo de jogo. Temos o Jadson e Douglas, jogadores que saem mais, e o Richard, que está treinando muito bem. É um jogador que marca forte e pode fazer o papel de primeiro homem. Dentre esses nomes e dos demais que estão no grupo é que vamos montar a equipe, seja com dois ou com três volantes, não importa, desde que eles saibam marcar e cheguem na área do adversário também.

Novos reforços 

Marcelo Oliveira: O Digão era uma indicação nossa, foi muito boa contratação. É um jogador que já tem um ambiente formado no clube, o torcedor já conhece, já gosta. Ele chega com muita vontade. No primeiro contato que fizemos ele já disse que queria vir. Já o Luciano já estava em andamento quando cheguei. Indicamos outros nomes também junto com a própria diretoria. A ideia é fortalecer a experiência do time. São 18 jogadores da base em um elenco de menos de 30 atletas. É um número expressivo. É bom. Mas é importante também dar sustentação com jogadores experientes que nos momentos de dificuldade possam dar suporte a esses jovens.

Posicionamento de Luciano 

Marcelo Oliveira: O Luciano pode jogar em mais de uma posição. Pode jogar pelo lado, pode jogar por dentro, solto com o Pedro, pode jogar vindo de trás e também mais adiantado. É um jogador de alto nível de finalização. Tem muitos gols na carreira por que se coloca bem. Vamos prepará-lo. Ele necessita de um pouco mais de tempo para retomar sua melhor condição pois estava parado há um tempo maior, mas está com muita vontade e isso é o mais importante.




Capacidade em saber trabalhar com a base

Marcelo Oliveira: Eu, como jogador, fui oriundo da base. Comecei no Atlético-MG com 14 anos. Como treinador, também passei pelas etapas da base, juvenil, juniores, auxiliar técnico até ser técnico (do Galo). Então eu valorizo muito a base. Gosto muito de lançar jogadores. Mas não basta apenas eu querer. Tem que ser jogador bem formado, de boa qualidade. E o que pretendemos, e o que é mais importante, é a mesclagem de jogadores experientes com jogadores da base para dar uma consistência ainda maior.

Contato com a antiga comissão técnica do Fluminense

Marcelo Oliveira: Às vezes é comum, às vezes ficamos alheios a isso. Neste caso específico eu tenho amizade com o Abel e o Tico, meu auxiliar, é concunhado do Leomir. Então viemos sabendo das dificuldades, mas viemos sabendo também que estamos vindo para um clube de muita tradição, de camisa forte, de torcida que empolga. E viemos sabendo que temos um elenco comprometido com o trabalho, isso me chamou muita atenção. Um elenco que não tem muita vaidade e que gosta de trabalhar. E eles estão confirmando isso nestes primeiros dias de trabalho. Isso é muito bom, nos leva a criar uma expectativa maior.

Formação ofensiva 

Marcelo Oliveira: Qualquer forma de jogar pode ser boa, desde que você tenha os jogadores com as características para cumprir as funções. Eu não posso trazer um padrão determinado e impor aos jogadores. Se um lateral, por exemplo, apoia mais, ou marca bem, ou se é mais equilibrado… Você tem que formar o time com a característica dos melhores jogadores. Esta é uma tendência. Eu gosto de jogar de uma forma que o time defenda com muitos jogadores, mas que ataque sempre. Foi assim no Coritiba, e nós ficamos dois anos entre as equipes que mais fizeram gols no Brasileiro, no Cruzeiro fomos, disparados entre as melhores, a equipe que mais finalizou, que mais atacou, e o Palmeiras também. Em outros trabalhos, às vezes você não consegue seja por contusão, ausência de jogadores… Mas isso faz parte de uma trajetória.

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Crise financeira e política do Fluminense

Marcelo Oliveira: O ideal é que as coisas caminhem de forma equilibrada em todos os segmentos do clube. Eu me preocupo menos com a questão política. Você pode isolar o elenco e tentar tocar o trabalho técnico, armar o time sem se preocupar tanto. Os dirigentes, o próprio clube, a política do clube precisam resolver. A parte financeira já afeta um pouco mais, principalmente quando se trata de salários de funcionários e jogadores, mas pelo que eu vi, todos no clube, o presidente, o Paulo Angioni, estão todos muito empenhados em resolver essas situações. A maioria dos clubes tem alguma dificuldade. O importante é que os jogadores estejam bem concentrados no trabalho e saibam que, com resultados bons, com vitórias, fica mais fácil resolver os outros problemas.

Importância do centroavante Pedro 

Marcelo Oliveira: Todos os jogadores do elenco têm a mesma importância. Todos podem ser chamados e ajudar a qualquer momento. E o Pedro é um deles. Vinha acompanhando a carreira dele à distância. Agora, no dia a dia, percebo que ele tem um potencial imenso, pela idade. Tem um poder de finalização, de colocação na área muito bom, tem outros aspectos que pode melhorar. Isso cabe à comissão técnica estar orientando. Ele é muito jovem, tem a pressão de resultados, mas o vejo com um potencial de crescimento imenso e creio que isso acontecerá dentro de um curto período.

Esquema com três zagueiros e ofensividade dos laterais tricolores 

Marcelo Oliveira: Eu não tenho nada contra o sistema com três zagueiros, já joguei assim em algum momento. Mas preciso dos zagueiros que cumpram as funções dos três zagueiros, que a bola consiga sair limpa de trás. Os laterais, pelas características, podem se tornar alas. Mas vamos formar o time com dois zagueiros. Eles (laterais) têm que entender que eles são importantes para atacar, mas que a primeira função é a marcação. E caso a gente use em um determinado jogo o lado do campo, o volante tem que fazer a cobertura e fazer a vez de lateral.

Departamento médico zerado

Marcelo Oliveira: Já está todo mundo no campo. Alguns jogadores em fase final de recuperação. Essas duas últimas semanas serão muito importantes para sabermos se vamos contar com esses jogadores ou não. Acredito que sim. A palavra deles é muito importante. Todos querem voltar, jogar. E há a precaução também da preparação física, para que estejam em condição.

Contato com os líderes do elenco 

Marcelo Oliveira: Esse é um trabalho do técnico e da comissão que tem sempre que estar em exercício. Tenho uma imagem muito positiva do Gum, do Renato Chaves, também do Digão, que está chegando agora, mas já conhece o clube. E também de jogadores mais jovens. A liderança é importante, mas nem sempre vem de um jogador experiente. Às vezes um jovem… O próprio Douglas é um jogador que se impõe, que gosta de ganhar, que quer treinar forte. Unimos tudo isso para estar com um ambiente bom para, a partir disso, o trabalho fluir melhor.

Saída de jogadores 

Marcelo Oliveira: Isso é sempre uma hipótese no futebol brasileiro. Os jogadores são assediados. Às vezes o clube consegue mantê-los, outras vezes por uma necessidade ou por uma vontade do jogador, acaba saindo alguém. Espero que não. Que possamos manter os jogadores que aqui estão. Vamos trazer mais um ou dois jogadores para que tenhamos um elenco forte.

Próximo compromisso pela Sul-Americana 

Marcelo Oliveira: O Fluminense tem duas competições importantíssimas. O Brasileiro por toda a tradição, por ser uma competição longa em que é preciso sempre estar perto dos primeiros para poder conquistá-la. E a Sul-Americana tomou uma importância maior por dar vaga à Libertadores, pela parte financeira e por ser um título a mais. Vamos lutar muito pela Sul-Americana. Conhecemos o Defensor não pelo tempo que eu jogava lá, porque era um futebol diferente, mais técnico, mas também muito duro. Joguei contra eles como jogador, e mais recentemente como técnico, na Libertadores, pelo Cruzeiro. É um campo mais acanhado, um futebol duro, mas sempre com bons times. Está entre os principais clubes do Uruguai.

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Por Explosão Tricolor

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