Em coletiva, Abel Braga fala sobre vaias da torcida, promessa para técnico da Ponte, visita do Dourado a Michael e muito mais. Confira!




Confira a íntegra da entrevista do treinador Abel Braga concedida após a vitória do Fluminense sobre a Ponte Preta pelo placar de 2 a 0, na tarde desta segunda, no Maracanã. 

Vaias sofridas

Abel Braga: Ontem me mandaram uma enquete sobre quem queria e quem não queria minha presença, e outra sobre quem mais me decepcionou – tinham vários nomes de treinadores e eu era o com menos rejeição. Torcedor tem direito. Torcedor vem aqui e não quer saber se jogador custou caro ou não, se vem de Xerém, se vem do Atibaia. O cara não quer saber isso, o cara quer resultado. Então, ele que julgue. Torcedor aplaudir é legal, porque os jogadores se sentem bem. A palavra-chave sinônimo de torcedor é soberania. Eu sempre disse que tenho essa gratidão ao Fluminense por minha formação como homem. Se assinei contrato de dois anos, é porque eu gostaria de cumprir. Sou o terceiro treinador com mais jogos por esse clube, se eles acharem que isso é importante, tudo bem. Mas não vai ser o torcedor que vai decidir isso. Eles querendo ou não, quem vai decidir meu futuro é o presidente do clube.

Cobranças e vaias da torcida

Abel Braga: Entendo perfeitamente o lado do torcedor. Não me julgo capacitado para opinar sobre se a atitude é positiva ou negativa. Torcedor veio ao jogo, nos ajudou a conseguir um bom resultado, mas uma coisa tem que ficar dita muito clara. Todo mundo elogiou muito o time do Fluminense. É claro que na frente teríamos que pagar um preço. Eu sempre disse isso. Eu não sabia onde minha equipe chegaria.

Lesão de Marquinho

Abel Braga: Além de tudo o que se passou, essa equipe entrou em campo soando – não é suando, transpirando não. Soando em cada atleta que esteve em campo ou no banco os gritos do Marquinho ontem. Eu nunca tinha visto uma lesão assim, rompimento de ligamento de patela. A rótula subiu para a coxa, o médico botou para o lugar e ele berrando. Completou-se a décima cirurgia. De janeiro a dezembro, é quase uma por mês.



Experiência x juventude

Abel Braga: Falou-se muito dos meninos, se falou muito de Xerém, mas você pode ter certeza: se não fossem esses caras cascudos, Diego Cavalieri, Júlio César, Lucas, Henrique, Gum, Renato, Dourado… A coisa não ia não. Não ia. Eles tiveram que abraçar uma causa que é desproporcional. Nós nos vimos em situações problemáticas. Garoto que vem treinar dois dias no profissional e no próximo jogo está entrando em campo. E esses caras (cascudos) que citei, tem Marquinho e Pierre também, eles falavam “cara, o que você está fazendo está errado”, mas sem dar pau nos meninos. Seria muito superficial falar de tudo que nós vivemos nesse ano. Foi algo que eu gostaria de ter aprendido mais cedo na minha carreira. Eu aprendi demais. A gente quer sempre aprender. Foi tudo feito com muita verdade. Tanto no sofrimento, quanto no bom momento. E a maior verdade deste time são esses caras cascudos.

Promessa para técnico da Ponte

Abel Braga: Saiu esse peso de cima de todo mundo. Conversei com o Eduardo (Baptista) após o jogo. Além da relação que eu tenho com a Ponte Preta – vocês sabem que é um time que eu gosto-, prometi a ele que não vamos facilitar em nada. Agora que acabou o risco, seremos o mais digno possível até o último jogo. Tinha a hipótese, tive pensando, havia dito até para alguns jogadores, que se passássemos hoje iria tentar nos dois últimos jogos uma maneira diferente de jogar, pensando em próximo ano. Mas devido à promessa que fiz ao Eduardo, não vamos fazer isso não. Vamos colocar em campo aquilo que temos de melhor.

Filho Fábio gerenciando carreira

Abel Braga: Foi criada a empresa 7 Braga Esporte. Pelo ocorrido comigo na família (morte do filho mais novo, João Pedro), o Fábio parou de jogar e abriu uma empresa que leva o nome Braga. E esse nome é feito de retidão, dignidade e caráter. E agora, depois de velho, chegando no fim da carreira, eu passo a ter uma pessoa que vai responder por mim. Ele não vai responder se eu vou ficar ou não, isso quem vai decidir é o presidente. O que ele vai me dizer é como vai ser ou como não vai ser o ano que vem. Em relação a qualquer coisa que venha de algum clube que tenha interesse em mim, quem responde é o Fábio a partir desse momento. Estou muito feliz com ele. Está no RJ, está próximo da família.

Representatividade de Henrique Dourado

Abel Braga: O Dourado teve o gol três vezes. Em todas, ele limpou o lance. Eu fiquei desesperado porque a bola não entrou. Como era quando o Dourado pegava a bola no passado? E hoje, como o Fluminense sempre tem que ter, é o maior ídolo. E ele não é só isso. Não representa só isso para nós. Ele representa para nós muito mais do que um simples jogador do clube, titular, artilheiro do campeonato.

Visita de Dourado a Michael

Abel Braga: Nós fizemos de tudo, tudo que você possa imaginar pelo Michael. Fiz ele chorar na frente do grupo, para ver se isso mexia com ele. Perder para as drogas? Aquilo mexeu com ele, ficou treinando, ganhou sete quilos. E depois sumiu de vez. E quando ele sumiu, o Dourado levou ele em casa. E mostrou um diário que nem a esposa dele tinha visto. Então não preciso contar o que ele representa para o grupo. Adorado, muito adorado por todos. Sempre disponível. Ele é isso tudo que te falei.

Por Explosão Tricolor / Fonte: GloboEsporte.com / Foto: Divulgação/Fluminense FC

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