Em texto, Carlos Eduardo Mansur, do portal ‘ge’, rasga elogios ao Fluminense de Fernando Diniz




Carlos Eduardo Mansur (Foto: Divulgação)



O Fluminense que orgulha a arquibancada prova que, em futebol, nem todas as vitórias são iguais

Através do seu blog no portal ge, Carlos Eduardo Mansur publicou um texto sobre a vitória do Fluminense em cima do São Paulo, pelo Brasileirão e o belo futebol apresentado pelo time comandado pelo técnico Fernando Diniz. Confira abaixo:

“O time de Fernando Diniz oferece permanentemente algo que está no imaginário de quem se apaixona pelo futebol: o apego à bola, uma proposta atrevida sempre, voltada para a construção de oportunidades de gol através de combinações curtas e trocas de passes, como se o rival estivesse numa roda. É possível que muita gente não saiba quantos pontos o Fluminense tem no Brasileiro, em que posição está. Mas saberá dizer como este time jogou. É impossível dizer que, em futebol, a forma não importa. É como se resultados gerassem alegria, celebração. E a forma, o estilo, criasse orgulho.

É verdade que o Maracanã assistiu a um primeiro tempo dividido em duas partes, com um São Paulo melhor no início. O time explorava algumas deficiências com que o Fluminense convive: após a perda da bola, uma dificuldade de controlar a profundidade em sua linha defensiva, e por vezes uma defesa ruim da área. No gol de Luciano, um problema que se repete: a equipe “afunda” dentro da área e cede espaços no rebote. Aos poucos, fazendo da bola o seu porto seguro e seguindo sua cartilha, o tricolor carioca foi se estabilizando no jogo e criando chances. Mas nada comparável ao que estava por vir na etapa final.

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Há outro aspecto notável deste Fluminense: a capacidade de desafiar alguns conceitos. Analisada sob um olhar convencional, a escalação que Fernando Diniz propõe para o segundo tempo seria facilmente considerada como inviável, pouco competitiva, em especial levando em conta um meio-campo formado por Martinelli, Ganso e Nathan. E o que se viu foi um domínio absoluto, avassalador, com 15 minutos especialmente encantadores. Talvez seja porque, ao se agrupar para trocar passes, o time consegue recuperar rapidamente a bola em caso de perda da posse. Ou porque a conserva ao reunir os mais técnicos na mesma escalação: a bola serve para atacar e para evitar ser atacado. O fato é que quando Nathan, Ganso, Arias, Martinelli e demais tricolores se reuniam para combinações curtas, produziam momentos belíssimos enquanto o São Paulo mal sabia como reagir.

A entrada de Matheus Martins, outra vez, deu algo que tem faltado à formação inicial: um jogador que ataque a profundidade, permitindo ao Fluminense acelerar em alguns lances. Porque há momentos em que o time sofre uma pressão em sua saída de bola, vence a pressão com passes bem executados e gera espaços às costas da marcação adversária. Mas falta a capacidade de acelerar, o time tende a pausar o jogo novamente e, outra vez, se vê obrigado a enfrenar uma defesa montada.

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É possível falar sobre Ganso e sua capacidade de clarear o jogo com passes, com uma visão do campo raríssima. No entanto, pouca coisa chama tanta atenção quanto Germán Cano. Sua temporada seria assinada por qualquer grande atacante que o Campeonato Brasileiro já viu. É um especialista na área, inteligente ao se colocar, ao iludir defensores: movimentos que explicam tantos gols de primeira, em um só toque. Já são 42 na temporada.

Cano é o homem gol de um Fluminense que tem algo precioso para um time de futebol: não é preciso ser tricolor para ter vontade de ver esta equipe jogar. São sempre consideráveis as chances de encontrar diversão, prazer em 90 agradáveis minutos de futebol”.



Por Explosão Tricolor

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