Sintoma: Icterícia






SINTOMA: ICTERÍCIA!

Buenas, tricolada! É muito difícil escrever sobre um Fla-Flu com a cabeça quente. Mas vamos lá! Talvez eu até cometa algumas injustiças e grosserias. Mas não tem jeito. Está na veia e são os ossos do ofício!

Vou tentar destrinchar o Fluminense desta semifinal de Taça Rio, mesmo em completo estado de letargia. Contudo, buscar o equilíbrio entre razão e coração será a minha meta, no decorrer do texto! Espero conseguir.

O fato é que amarelamos! Sintomas de icterícia evidentes na atuação do time! Prova disto foi o pênalti a nosso favor. Luciano se recusou a bater e deu a bola pro Yony, que também titubeou e devolveu a responsabilidade pro nosso camisa 18. Por sua vez, ele recusou-se novamente e aí o gringo assumiu a batida. O gol de que precisávamos!

Caceta, o empate era nosso! O Flu abriu mão dos seus conceitos, tremeu nas bases, abdicou de buscar a vitória e, mais do que isto, de jogar futebol. Ah, e o segundo tempo todo com uma a mais em campo! Os caras de vermelho e preto tiveram mais chances de gol a partida inteira, equilibraram as ações e a posse de bola, mesmo com dez, e o que se viu foi (quase) um ataque contra defesa! A desgraça ficou mais ou menos desenhada, da mesma forma que aquele fatídico Fla-Flu da Sula de 2017, quando chegamos a abrir 3×1 mas deixamos o Arão empatar no penúltimo lance!

Nossa equipe saiu de suas características e o resultado não poderia ser diferente. Somente dois jogadores tricolores se salvaram, na minha visão: Matheus Ferraz, que espanou tudo e mais um pouco lá na cozinha – o que prova a minha tese do parágrafo acima – e o próprio Speed, que ao menos não se escondeu durante os 90 min. – ainda fez o nosso tento e testou um balaço no travessão!

Rodolfo não segura uma bola! Ele deve treinar muito punch ball lá no CT Pedro Antônio, só pode! Fez algumas defesas importantes, mas, numa boa, não passa confiança ao nosso torcedor.

Pelas laterais, Gilberto provavelmente fez a sua pior apresentação com a nossa camisa, errou tudo! O Caio Henrique foi extremamente burocrático, pecou na marcação do Vitinho e foi pouco efetivo no ataque. Desde que chegou às Laranjeiras, não havia feito um jogo tão sem brilho.

Na zaga, sobre o Maldini Tricolor eu já opinei e o tal do Léo Santos terá para si, logo adiante, um parágrafo especial! Putz, que revolta, galera!

Os jogadores da meiúca também foram passivos em demasia. Aírton sentiu ainda no primeiro tempo, mas estava deixando buracos na marcação pelo setor esquerdo da nossa defesa. Foi substituído pelo Allan, que manteve os tais buracos de marcação, mas com uma desvantagem: o “inimigo” atuou a segunda etapa com um a menos!

Bruno Silva ainda deve demais. Mas foi menos pior do que os companheiros de setor de contenção. O PH Ganso igualmente andou sumido, e no decorrer da peleja não se movimentou como de costume. E ainda cometeu a bobagem de ser expulso, ao peitar o árbitro reserva, depois do gol dos caras, que vai tirá-lo de uma possível semifinal de campeonato, caso o Flu consiga a classificação.

O ataque, excetuando o Yony Gonzales, que perturbou a zaga rubro-negra desde o começo, vimos um Luciano perdido, mas dedicado – inclusive, no primeiro gol dos adversários ele deu um mole tremendo, ao demorar na transição defesa-ataque e dar a bola no fogo pro Caio Henrique. As consequências a gente já conhece: bola perdida, por conta da pressão do Vitinho, uma batida espírita pro gol, defesa do Rodolfo, a sobra nos pés do Renê, e um chute de fora da área no canto esquerdo do nosso goleiro!

Everaldo também não se criou. Esbarrou numa boa marcação, fez o vai e vem costumeiro pelo lado, mas não se houve tão bem como em outras ocasiões. Correu, tentou, apresentou-se, como sempre e, mesmo sofrendo a penalidade, ele não se destacou.

Dodi e João Pedro entraram já no final do embate, então, não podem ser medidos, pois tiveram pouco tempo.

Além da referida amarelada, não repetimos as últimas atuações, que encantaram os torcedores. Perdemos TODAS as segundas bolas, na frente e atrás, trocamos poucos passes, não envolvemos o time do Flamengo, mesmo quando partíamos no mano a mano – e com um a mais, escolhemos as piores jogadas, executamos mal o esquema tático que vinha dando certo, estivemos nervosos, aceitamos provocações, assistimos à pressão dos caras, fizemos poucas jogadas de lado de campo e finalizamos pouco.

A meu ver, o Diniz demorou a mexer. Talvez a entrada do João Pedro mais cedo incendiasse a equipe, mas isso é suposição. Porém, alguma coisa deveria ser feita lá do banco de reservas. Ele tem crédito, mas os sucessivos vacilos defensivos e o nervosismo que a equipe apresenta em diversas situações devem ser corrigidos logo.

O Léo Santos… Bem, o Léo Santos, como eu prometi, é um capítulo à parte! No meu círculo de amigos fanáticos pelas três cores, e são muitos, já tem nego pedindo a sua devolução ao Corínthians! Porra, como esse menino comete uma infantilidade daquela, aos 48 min. do segundo tempo???? Pênalti indiscutível!

Aliás, perdoem-me a minha boçalidade, mas o Léo não foi infantil, não, foi burro mesmo! O garoto flamenguista de costas, correndo na direção da lateral, cercado por mais três tricolores, além de sua marcação individual, e o malandro me dá uma ombrada por trás?! Peralá! Se eu fosse menos controlado, como há uns 15 anos, invadiria o gramado! Mas, não, fui obrigado a conviver com taquicardias, soluços, pranto e dor! Que merda, senhor Léo Santos!

Uma arbitragem polêmica como a do Marcelo de Lima Henrique, como sempre, exige maiores cuidados! No entanto, muito cá pra nós, sem essa de culpar o homem do apito, OK? Os nossos maiores algozes fomos nós mesmos! O Tal juizeco é fraco, rubro-negro, inseguro, mas ele cagou o pau pros dois lados! Pra mim, a penalidade a nosso favor, por exemplo, é lance interpretativo! Confesso que na hora eu não vi falta, mas depois, revendo o lance em casa, passei a ter menos dúvidas sobre a sua existência e até tendo a acreditar que ela aconteceu.

Para finalizar, volto a bater na tecla, e lamento que a maioria não goste: tomara que tenha ficado a lição! Não podemos desperdiçar a oportunidade de eliminar definitivamente um rival de qualquer campeonato, ainda mais o milionário Flamengo, escalando reservas, sub-17, sub-15 ou fraldinhas!

Ratificando o que escrevi na minha última coluna e sem a menor intenção de ser chato, Fla-Flu de cuspe à distância merece crédito e atenção total! O Diniz poderia ter consultado a fisiologia, poupado uns 4, mas deveria ter escalado os que se apresentassem em melhor estado, no confronto do último domingo… Um mistão, mesmo! Não uma equipe totalmente suplente.

Fizemos dois gols quase achados, circunstanciais, e a galera encheu-se de moral e confiança para esta semi. Mas não devemos nos esquecer de que estava 3×0 pro urubu! Se aqueles benditos tentos não ocorressem, teríamos levado uma chibatada e pronto. Aí, a nossa autoestima estaria nos rodapés! Mas é aquilo, pretensão e água benta…

Agora, vamos aguardar o resultado da outra semifinal, entre Bangu e Vasco, e torcer pro improvável: que o time da Zona Oeste vença o bacalhau. Ou então, que os rubro-negros batam o Vasco na final do Segundo Turno. Senão, bye bye Estadual 2019! Não que o Cariocão valha muito, mas eu não ficaria chateado de vencê-lo!

Estou triste, puto pra caramba, revoltado com o Léo Santos e tentando entender o porquê dessa tremedeira que tomou conta do nosso time, nesta semi de Taça Rio! Portanto, peço que relevem o meu desabafo. Outrossim, mesmo com a cabeça mais centrada, depois de esvaírem-se as decepções que carrego na minha alma neste momento, tenho a plena convicção de que não mudarei patavinas da minha opinião, de uma forma geral.

Até a próxima.

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon